Deltan Dallagnol: Norman Bates da Lava Jato
A situação do procurador me fez lembrar de Norman Bates, personagem do antológico filme Psicose, dirigido por Alfred Hitchcock. Tenho a percepção de que Deltan assinaria a frase de Bates: “Acho que quem é diferente não sabe que é, pois não tem nada com o que se comparar”

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Embora bastassem as revelações da Vaza Jato, que desde junho movimentam o cenário jornalístico, revelações recentes mostram que o chefe da Força Tarefa da Lava Jato, o Procurador Deltan Dallagnol, tinha um grupo no aplicativo Telegram onde era o único membro. Não é prática comum criar um grupo e não convidar ninguém para participar, porém Deltan dialogava consigo mesmo, um monólogo onde Dallagnol se aconselhava com Dallagnol.
De acordo com o The Intercept BR, o Procurador refletia se deveria deixar o Ministério Público Federal para concorrer na política tentando o cargo de senador. Em sua complexidade avaliava que seria “facilmente eleito”, mas decidiu abdicar, por enquanto, da vida política partidária: “Tenho 37 anos. A terceira tentação de Jesus no deserto foi um atalho para o reinado. Posso traçar plano focado em fazer mudanças e que pode acabar tendo como efeito manter essa porta aberta”, escreveu Deltan para Deltan.
De acordo com as mensagens, Deltan Dallagnol teria recebido convite do Podemos para concorrer vaga no senado pelo Estado do Paraná. O Procurador avaliou os pontos favoráveis e os desfavoráveis. Um dos pontos favoráveis seria o fato de que “todos na LJ apoiariam sua decisão”, por outro lado seria um “risco para a Lava Jato porque muitas pessoas farão uma leitura retrospectiva com uma interpretação de que a atuação desde sempre foi política”. O Procurador também considerou que como consequência “pode macular mais do que a Lava Jato, mas o movimento anticorrupção como um todo, que pode parecer politicamente motivado. Por fim, a candidatura pode macular as 10+ [dez medidas contra a corrupção] como uma plataforma pessoal para eleição, retirando aura técnica e apartidária”.
Deltan em mensagem a Deltan, analisou que poderia sair do MPF sem ter atuação política partidária necessariamente. “Lutar pela renovação enquanto cidadão, pedindo exoneração: esta seria a solução ideal pela perspectiva da credibilidade e de intensidade. Poderia me dedicar integralmente às 10+”.
Resumindo: o Procurador da Lava Jato decidiu manter seu cargo e sua atuação no órgão público.
Essa situação me fez lembrar de Norman Bates, personagem do antológico filme Psicose, dirigido por Alfred Hitchcock. Óbvio que é apenas uma rasa e ligeira comparação quanto à psicanálise e as três estruturas estabelecidos por Freud: O Id, o ego e o superego, que se relacionam com o campo consciente, pré-consciente e inconsciente. Contudo, tenho a percepção de que Deltan assinaria a frase de Bates: “Acho que quem é diferente não sabe que é, pois não tem nada com o que se comparar.”
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