Delírios eleitorais

Aos 522 anos de História, 133 de República e 37 de reconstrução democrática, o Brasil não conseguiu desenvolver força institucional para conter um ser como Jair

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/YouTube/Paparazzo Rubro-Negro)


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Por Paulo Henrique Arantes

O sentimento que prevalece nesta campanha eleitoral deveria ser o de coragem, mas é de tristeza. Aos 522 anos de História, 133 de República e 37 de reconstrução democrática, o Brasil não conseguiu desenvolver força institucional suficiente para conter um ser desumano como Jair, alçado ao Planalto por um conluio elitista.

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Jair deverá ser derrotado em sua tentativa de reeleição, indicam os prognósticos, mas suas práticas em campanha já deveriam ser bastantes para uma impugnação. Qual o limite da mentira e do uso de recursos públicos para fins eleitorais? Para que servem as leis que tratam de calúnia, difamação e congêneres? Tirar do ar uma notícia forjada basta?

O Tribunal Superior Eleitoral autorizou-se agora a excluir de ofício conteúdos sabidamente falsos que adentrem as mídias. Juristas advertem para a excepcionalidade da medida. Bingo! Se este momento não justifica atos excepcionais, o que justificará?

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Alheio a tudo isso parece estar o eleitor, ou parcela do eleitorado. O mundo paralelo em que vive Jair conta com população cativa, ignorante e delirante. Não pode ser menos que delírio acreditar que Jair “é família”, aplaudir Paulo Guedes e sua economia biruta, temer pela implantação do comunismo ou do banheiro unissex, atemorizar-se com o “fechamento de igrejas” ou espantar-se com as “ligações de Lula com o PCC”.

Tudo isso causa tristeza.

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Quem ainda hoje acha que a vida deveria ter seguido sem restrições durante a pandemia não tem os pés na terra. Eis o grande desafio de Lula e dos democratas: como alertar contra os riscos à democracia um cidadão que acreditou - e ainda acredita - na cloroquina? Como mudar a mentalidade do sujeito que quer andar armado e que normaliza racismo, misoginia e homofobia?

Este colunista respeita os institutos de pesquisa e compreende como e por que o resultado das urnas pode contradizer as sondagens. Mas algo parece estranho quando vemos o Datafolha afirmar, como na tarde de quinta-feira 20, que 79% da população brasileira apoiam a democracia. Como assim, se mais de 40% do eleitorado votam em Jair? Outro dado estarrecedor: dos pesquisados que se dizem eleitores do mau capitão, 80% declaram-se apoiadores da democracia.

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Alguém está mentindo. Ou estamos todos loucos.

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