Delações revelam poleiro sujo dos tucanos
O primeiro a chutar o pau da barraca foi o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Em vídeo que acompanha sua "delação premiada" na Lava-Jato, ele afirma que o ex-presidente FHC foi o "elemento de pressão" decisivo que garantiu a contratação de uma firma do seu filho, Paulo Henrique Cardoso, para a construção de uma termoelétrica da Petrobras

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A sorte dos tucanos de alta plumagem é que a mídia garante forte blindagem aos seus escândalos de corrupção. Nos últimos dias, vários delatores da midiática Operação Lava-Jato deram detalhes sobre as falcatruas de importantes dirigentes do PSDB. Citaram o ex-presidente FHC, o cambaleante Aécio Neves e até um tucano já falecido, o coronel Sérgio Guerra. As denúncias, porém, não ganharam as manchetes dos jornalões, não foram capas das revistonas e nem viraram motivo de comentários nas emissoras de rádio e tevê. Esta omissão só confirma uma brincadeira que circula na internet; basta ser filiado à sigla dos "cheirosos" para não ser investigado, julgado, condenado e, muito menos, preso!
Já um vídeo vazado pela Polícia Federal mostra que Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB - falecido em 2014 -, fez de tudo para sabotar a CPI criada para investigar denúncias de corrupção na Petrobras em 2009. Gravado por câmeras de segurança, ele exibe uma reunião do tucano com o então diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, e vários empreiteiros. No registro, que também tem áudio, ele afirma ter "horror a CPI". A Folha teve acesso à gravação das conversas, que ocorreram no escritório do lobista Fernando Soares, o Baiano. "Em sua delação, Paulo Roberto Costa disse que Guerra pediu R$ 10 milhões para enterrar a CPI e que o pagamento foi feito pela empreiteira Queiroz Galvão".
Por último, vale citar a delação premiada de Marcelo Odebrecht. A mídia tucana só realçou o trecho em que o empreiteiro cita o apoio financeiro à eleição de Dilma Rousseff, em 2014. Já a parte em que ele diz que a empresa contribuiu com a campanha derrotada de Aécio Neves não mereceu manchetes. A "Veja" só considerou dinheiro podre a contribuição para a petista. Já o cambaleante recebeu grana abençoada e não foi destaque na revista do esgoto. Diante da evidente manipulação, a assessoria da presidenta rechaçou as "informações veiculadas de maneira seletiva, arbitrária e sem amparo factual", condenou "a ofensiva de setores da mídia com o objetivo de atacar sua honra pessoal" e anunciou que "irá tomar as medidas judiciais cabíveis para reparar os danos provocados pelas infâmias".
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