Deixar o Palácio é sua última opção

“Cooptar o Exército para resistir ao seu lado caso perca nas urnas e se recuse a sair do Palácio do Planalto é tudo o que Bolsonaro almeja”, escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Alan Santos/PR)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Está na cara que Bolsonaro trabalha em duas frentes para se prevenir de uma cada vez mais provável derrota na eleição presidencial de 2022 e permanecer no poder mesmo se perder nas urnas. 

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Tudo indica que ele vai resistir a resultado adverso, à la Trump, de modo ainda mais radical, recusando-se a admitir derrota, alegando fraude e chamando para protestos nas ruas, na esperança de que gerem confrontos com os vencedores e então a necessidade de intervenção militar “para restabelecer a lei e a ordem”. 

A primeira frente, em ação na Câmara, é a da voto impresso conjugado ao eletrônico, que, se for aprovado, vai introduzir uma instabilidade na apuração, que é tudo o que ele quer, e a possibilidade de seus correligionários aprontarem uma fraude monumental, que atribuem aos adversários. 

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Como não leva em conta a opção de ser derrotado, atua para subjugar, desde já, o Exército brasileiro, colocando-o a serviço do seu governo e não do estado, como sua guarda pretoriana, o que deixou claro com o caso Pazuello. 

Usando-o como bode expiatório, forçou Pazuello a transgrediu o estamento militar e agora age, na condição de comandante supremo das Forças Armadas para impedir sua punição. O Estado sou eu, proclama. 

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Cooptar o Exército para resistir ao seu lado caso perca nas urnas e se recuse a sair do Palácio do Planalto é tudo o que Bolsonaro almeja. 

Deixar o Palácio é sua última opção.

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