De Saigon a Cabul, EUA colecionam derrotas em guerras

"A despeito da sua temível força militar, do poder bélico sofisticado, do auxílio de exércitos mercenários e das tecnologias altamente mortíferas, os EUA perderam as guerras prolongadas em que se meteram, deixando um rastro devastador para trás", escreve o colunista Jeferson Miola

(Foto: Reprodução)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Jeferson Miola 

Desde o fim da 2ª guerra mundial, no contexto da guerra fria os EUA apoiaram ou promoveram diretamente dezenas de conflitos, intervenções, ataques, atentados, golpes de Estado, invasões e destruições de soberanias ao redor do mundo, em especial em países latino-americanos.

continua após o anúncio

Nestas empreitadas, a potência do Norte tanto colecionou êxitos como fracassos. Cuba é o mais retumbante e longo fracasso; já dura 6 décadas.

Mesmo quando alcançou objetivos imediatos com seu intervencionismo ilegal – como no Haiti e na Líbia, para citar dois exemplos tragicamente emblemáticos – os EUA legaram ao mundo um saldo de longo prazo absolutamente desastroso e catastrófico.

continua após o anúncio

Já nas guerras de longa duração que encabeçaram com suas tropas próprias ou mercenárias em solo estrangeiro, os EUA foram, contudo, fragorosamente derrotados, como aconteceu no Vietnã, Iraque e Afeganistão.

Nestas três guerras, as Forças Armadas mais poderosas do planeta – e, supostamente, imbatíveis – foram escorraçadas por forças de resistência com capacidades bélicas e tecnológicas incomparavelmente menores.

continua após o anúncio

Para a potência imperial que possui uma máquina militar poderosíssima e sem precedentes de comparação em toda história da dominação imperialista, a derrota na guerra do Afeganistão tem o mesmo sabor de vexame e humilhação provado no Vietnã. As imagens dos helicópteros estadunidenses sobrevoando as embaixadas em Saigon [1975] e Cabul [2021] falam por si.

Como assinalou o cineasta estadunidense Michael Moore,

continua após o anúncio

A queda, mais uma vez. A América perde outra guerra. Nossa guerra mais longa. ‘Somos o nº 1 !!’. Gastamos mais de US $ 2 trilhões. Sacrificamos mais de 2.300 vidas de americanos para invadir um país onde Bin Laden nunca foi, em lugar nenhum, encontrado. Bush disse que não tinha interesse em capturá-lo. A equipe de Obama o encontrou em uma casa na mesma rua de ‘West Point’ do Paquistão. Quem diria!

NÓS somos os invasores. O Talibã não é invasor – eles são afegãos – é o país deles! Eles são loucos religiosos. Nós sabemos o que parece – nós temos o nosso próprio!

continua após o anúncio

Que bagunça trágica. Reembolsar o complexo militar-industrial (aumentar o financiamento para veteranos!), Reembolsar a NSA e a Segurança Interna. Eles enviaram nossas jovens tropas para a morte. Vergonha! 15 dos 19 sequestradores em 11 de setembro eram da Arábia Saudita! Nem do Afeganistão, nem do Iraque, nem do Irã …

Mais uma vez, fomos derrotados por um exército sem aviões bombardeiros, sem contratorpedeiros, sem mísseis, sem helicópteros, sem napalm – apenas um bando de caras em picapes. Não ganhamos uma guerra real na defesa deste país desde a Segunda Guerra Mundial.

continua após o anúncio

76 anos atrás hoje …”.

A despeito da sua temível força militar, do poder bélico sofisticado, do auxílio de exércitos mercenários e das tecnologias altamente mortíferas, os EUA perderam as guerras prolongadas em que se meteram, deixando um rastro devastador para trás.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247