De olho nas urnas (eletrônicas)

É essencial evitar que o eleitorado se distraia com a violência avassaladora de Jair Messias e seu bando durante a campanha, escreve Eric Nepomuceno

(Foto: ABr)


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Por Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia

Como acontece em todo ano eleitoral, daqui a pouco – passado o carnaval e com março avançando – o cenário começará a se mover com mais intensidade. 

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Alguns aspectos, porém, já se insinuam, e a menos que aconteçam mudanças drásticas, deverão ganhar forças conforme o tempo vá passando e a tensão aumentando. De momento, duas candidaturas estão consolidadas, a de Lula e a de Jair Messias. A tal “terceira via” tão ansiada pelos donos do dinheiro e pelo conglomerado oligopólico dos meios de comunicação não dá sinais sequer remotos de que irá decolar. E, das consolidadas, é preciso desde já olhar com atenção o que se insinua na neblina: Bolsonaro, apesar de todas as aberrações que comete a cada minuto de cada hora, apesar da falta de rumo, apesar dos crimes de responsabilidade, mantém firme uma fatia considerável do eleitorado. E sua tendência, diante da nulidade dos que buscam espaço entre ele e Lula, é crescer.

Com isso, o clima alvissareiro que correu (e ainda corre) entre os partidários do ex-presidente deve abrir espaço para uma análise mais fria de um panorama que, embora positivo, não está definido por antecipação. Ao contrário: para se manter essa vantagem atual, será preciso agir com atenção e cuidado. 

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Mesmo os que, como eu, estão confiantes na vitória de Lula, sabem que o jogo será duro, e que o maior perigo é mergulhar num clima de vitória antecipada e assegurada em vez de se preparar para a campanha que certamente será a mais sórdida desde a redemocratização. Mais, inclusive, que aquela que levou um cafajeste salafrário chamado Fernando Color à vitória. Outro ponto específico a ser notado nas urnas eletrônicas de outubro: para Lula, não basta ganhar. Ele vai ter que governar, e para isso precisa de um Congresso minimamente lúcido e íntegro. O que temos hoje é, sem a menor sombra de dúvida, o pior, mais ultrajante, manipulador e grotesco de todos os Congressos desde a retomada da democracia. Figuras escandalosamente abjetas se elegeram no vácuo da demonização da política levada a cabo em 2018 pela ação de um juiz manipulador e desonesto chamado Sério Moro, em aliança com os grandes meios de comunicação, os donos do dinheiro, diante da omissão covarde do Supremo Tribunal Federal e debaixo do olho ameaçador das Forças Armadas.

Para se manter na superfície da lama, Jair Messias literalmente se vendeu ao Centrão. Se antes acontecia o contrário, ou seja, governos tentavam comprar o Centrão (jamais conseguiram ir além de alugar), agora o Centrão comprou o governo com presidente e tudo.

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Diante desse quadro, e frente ao desastre que Lula herdará – e cujas proporções ainda ninguém conhece ao certo: sabe-se apenas que onde quer que se olhe o que se vê é a mais pura destruição – é essencial evitar que o eleitorado se distraia com a violência avassaladora de Jair Messias e seu bando durante a campanha, e ponha foco específico nos votos para deputado federal e senador.

Porque se o Congresso mantiver a maioria de hoje, com figuras ou patéticas ou absurdas, ninguém governará este país desmoronado.

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E para evitar isso, é preciso botar, desde já, um olhar firme nas urnas. É preciso que delas saiam não apenas o presidente, mas a possibilidade de tentar reerguer este país da lama em que foi afundado: um Congresso minimamente decente.

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