Datafolha sobe à cabeça, Bolsonaro defende Queiroz e confessa crime

Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, avalia que, "ao taxar Queiroz de 'injustiçado', Bolsonaro coloca em dúvida a conduta do MP". "Bolsonaro se inclui, dessa maneira, no escândalo da rachadinha. Não tem mais como o MP-RJ não pedir autorização ao STF para Bolsonaro se manifestar nos autos do inquérito encabeçado por seu filho e por Queiroz"

Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro (Foto: Ag. Senado | Polícia Civil/Divulgação | PR)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Inebriado com a surpreendente aprovação apontada pelo Datafolha, Bolsonaro resolveu deixar de lado a discrição com que vinha tratando o maior escândalo de seu governo. Desde a prisão de Queiroz na casa do advogado de Flávio Bolsonaro, a 18 de junho deste ano, o presidente vinha tentando se afastar do homem-bomba, aquele que sabe tudo e mais um pouco sobre o clã Bolsonaro.

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Ontem, em entrevista ao Datena, na Band, ele quebrou o jejum.

Começou afirmando que o ex-PM, com oito mortes nas costas (quando policial) e que já confessou ter extorquido parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio “para pagar cabos eleitorais”, no total de ao menos R$1,2 milhão, é “um injustiçado”, o que, na boca de um presidente da República não fica nada bem.

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Defender criminosos confessos não faz parte da liturgia do poder. Principalmente à luz do dia. Significa uma enorme pressão sobre o Judiciário.

Palavra de presidente – qualquer presidente – tem peso.

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E interferência sobre o Judiciário é crime de responsabilidade.

Ao taxar Queiroz de “injustiçado”, Bolsonaro coloca em dúvida a conduta do Ministério Público e joga a opinião pública contra a instituição.

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Advoga a favor de um criminoso confesso, com intuito muito claro. Tenta inocentar Queiroz para inocentar Flávio. Se Queiroz é inocente, Flávio também é. Se Queiroz é criminoso, Flávio também é.

Não vai colar nas instâncias superiores da Justiça, mas serve para manter seu curral coeso. Afinal, ele está em campanha.

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Mas nessa de falar pelos cotovelos, achando que ninguém mais segura sua reeleição, ele foi além.

Disse ao Datena que Queiroz pagava suas contas.

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Ora, se o MPF do Rio encontrou R$1,2 milhão de dinheiro oriundo de rachadinha na conta de Queiroz e ele pagava as contas de Bolsonaro com esse dinheiro, Bolsonaro se beneficiou de crimes.

Pode ser investigado também por lavar a dinheirama.

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Porque quando ele afirma que suas contas eram pagas pelo ex-PM não é que ele mandava valores relativos aos pagamentos para a conta dele, e Queiroz mandava os recibos; Queiroz pagava as contas com aquele montante encontrado em sua conta.

Bolsonaro se inclui, dessa maneira, no escândalo da rachadinha. Não tem mais como o Ministério Público do Rio não pedir autorização ao STF para Bolsonaro se manifestar nos autos do inquérito encabeçado por seu filho e por Queiroz.

Queiroz deve estar emocionado até agora com o presente de Natal que ganhou de Bolsonaro.

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