Datafolha é o massacre da serra elétrica para o tchutchuca do centrão
"Lula não apenas tem chance de vencer no primeiro turno como está forte em setores onde, em outras eleições, não era tanto, como SP e entre os mais instruídos"
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Por Miguel do Rosário, no Cafezinho
A tchutchuca do centrão está levando uma surra de couro.
Segundo o Datafolha divulgado nesta quinta-feira (18), Lula se mantém na liderança isolada, com 47% dos votos totais, 15 pontos à frente de Bolsonaro, que subiu para 32%.
O crescimento de 3 pontos de Bolsonaro era esperado, porque ele está chupando as últimas gotas de sangue dos setores antipetistas da terceira via. Até mesmo eleitores do Ciro mais à direita começaram a migrar para Bolsonaro. O pedetista perdeu 1 pontinho, e estacionou em 7%.
Na próxima volta do parafuso, porém, o sangue de Ciro deverá se transferir para Lula, visto que a maioria de seu eleitorado ainda é progressista.
Lula também mantém uma confortável distância na espontânea, onde cresceu 2 pontos e chegou a 40%. Bolsonaro também cresceu 2, para 28% de Bolsonaro. Ciro Gomes oscilou 1 ponto para baixo e agora tem 2%.
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Num eventual segundo turno, também houve consolidação e Bolsonaro reduziu a diferença, mas ainda continua muito atrás. Lula tem 54% contra 37% para a tchutchuca do centrão, 17 pontos de vantagem.
A oscilação de Lula está dentro da margem de erro.
O Datafolha divulgou ainda pesquisas nos três principais colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas e Rio.
Lula vence nos três.
Vence em São Paulo, com uma vantagem considerável, de 13 pontos: 44% X 31%.
Vence em Minas, com impressionante vantagem de 20 pontos, 49% X 29%.
Vence no Rio de Janeiro, por 41% X 35%, seis pontos de diferença.
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Há mais boas notícias para Lula.
Com exceção de Minas Gerais, onde Kalil ainda enfrenta dificuldades para avançar, os candidatos apoiados por Lula em São Paulo e Rio de Janeiro registraram ótimas pontuações no Datafolha de hoje.
A campanha de Fernando Haddad vem se desenvolvendo com força impressionante. O petista já tem 38% dos votos totais, o que é bem mais do que os votos somados de Tarcísio (16%) e Garcia (11%). A essa altura, já era para Tarcísio ter crescido mais.
No Rio de Janeiro, Marcelo Freixo aparece empatado tecnicamente com Claudio Castro, em 23% X 26%, neutralizando o efeito negativo dos números divulgados hoje pela Quaest, que davam 25% para Castro e apenas 19% para Freixo. Num eventual segundo turno, ambos seguem empatados, com Castro pontuando 39% e Freixo 38%.
Em Minas Gerais, todavia, Zema ainda lidera isoladamente, com 47%, o que poderia lhe valer uma vitória em primeiro turno; Kalil, o candidato de Lula ainda segue atrás, com 23%.
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Entre os evangélicos, Bolsonaro lidera com 49%, mas Lula mantém um percentual expressivo, de 32% dos votos totais, confirmando uma tese nossa de que vem se consolidando um núcleo evangélico lulista, que será estratégico para combater e neutralizar fake news vinda do bolsonarismo religioso.
O Datafolha também apurou o voto entre católicos; neste segmento, Lula mantém sua hegemonia, com 52% dos votos totais, contra 27% de Bolsonaro.
Esses percentuais significam que Lula é mais forte entre católicos do que Bolsonaro é entre evangélicos.
A pesquisa ainda traz os números por região, e o Datafolha revela que, surpreendentemente, Lula ganha no Sul, com 43% das intenções de voto, 4 pontos à frente de Bolsonaro.
No Sudeste, região que tem 66,7 milhões de eleitores, e responde por mais de 43% do eleitorado nacional, Lula aparece em primeiro lugar com força, atingindo 44%, contra 32% de Bolsonaro.
No Nordeste, que tem 42,39 milhões de eleitores, ou 27% do eleitorado, Lula tem 57% dos votos totais, contra 24% de Bolsonaro e 8% de Ciro.
Quando se olha para a renda, o Datafolha confirma uma tendência vista em outras pesquisas, de um verdadeiro levante popular contra Bolsonaro: o petista tem 55% dos votos totais entre famílias mais pobres, com renda até 2 salários, contra 23% de Bolsonaro e 7% para Ciro Gomes.
Segundo o Datafolha, esse extrato corresponde a 53% de todo o eleitorado.
No segundo grupo de renda, que ganha entre 2 a 5 salários, Bolsonaro tem um desempenho bem melhor, 41%, mas Lula segue encostado nesse segmento, com 38%. Esse extrato responde por 33% do eleitorado.
Já os eleitores com renda entre 5 e 10 salários, que respondem por apenas 7% do total de brasileiros registrados no TSE, se inclinam mais para Bolsonaro, pois 47% preferem Bolsonaro, 34% Lula, 7% Ciro e 4% Tebet.
O grupo mais rico, com renda familiar acima de 10 salários, representa 3% do eleitorado; nesse extrato, Bolsonaro e Lula seguem empatados, em 43% X 40%; Ciro e Tebet correm por fora, com 6% e 4%, respectivamente.
Conclusão
É o massacre da serra elétrica.
Lula consolidou sua liderança, com percentual suficiente para vencer no primeiro turno. Mas não só isso. O petista está forte em setores onde, em outras eleições, ele não era tão forte, como no estado de São Paulo e entre os mais instruídos.
No segundo turno, Lula ganha nas duas maiores regiões do país. No Nordeste, vence por 65% X 25%, e no Sudeste por 52% X 37%. Há empate no Sul, com Lula atingindo 47% e Bolsonaro, 45%. No Norte, Lula tem 46% contra 48% Bolsonaro. No Centro-Oeste, Lula pontua 47% e Bolsonaro 48%.
Outro ponto importante na pesquisa é a força de seus palanques em quase todo país.
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