Danilo Gentili e Jair Bolsonaro em: Como se tornar o pior presidente do Brasil
Jair Messias Bolsonaro é um autêntico personagem do humor infantiloide, reacionário e neoliberal de Danilo Gentili
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A cena que Fábio Porchat protagoniza no filme escrito pelo humorista Danilo Gentili é apenas um recorte da hipocrisia que permeia a família tradicional brasileira e pontua a conduta de boa parte dos "cidadãos de bem" que se apresentam como seus defensores. A sociedade está cheia de gente conservadora e moralista, que costuma botar o pau para fora a espera de uma mão assediada e trêmula que satisfaça os seus instintos mais sacanas. Isso ocorre no trabalho, na igreja, na escola, na balada e até mesmo em casa, tendo como vítimas adultos, meninas, meninos e crianças. A perversão oculta por trás da moral e dos bons costumes, é mais um dos elementos que compõe a chamada cultura do estupro.
O filme “Como ser o pior aluno da escola” tem a marca registrada do humor de Danilo Gentili. Fraco, imaturo, sem graça e tendo o politicamente incorreto como bandeira. A referida cena que após cinco longos anos provoca uma onda de indignação entre os bolsonaristas, é bizarra, patética e idiota, como o autor do filme muitas vezes se comporta por aí. A ideia de uma crítica ao comportamento desviado e imoral de um educador pseudo-moralista, acaba se perdendo um pouco, ao meu ver, na tinta forte aplicada sobre ela. Principalmente, por ter dois adolescentes dividindo a cena com Fábio Porchat. Assim como todo o filme, a fala do personagem de Porchat nesse fatídico momento, é uma crítica ao politicamente correto usando como argumento para atingir o seu objetivo sexual com os meninos, a des construção de padrões sociais, de mentalidade e de comportamento.
Podemos fazer a leitura dessa cena, como uma maneira de abordar a questão da pedofilia com “humor”, ao mesmo tempo em que a associa (de forma mal-intencionada) ao pensamento progressista da esquerda e ao conservadorismo hipócrita da direita. Talvez, essa análise explique a postagem que Danilo Gentili fez em seu perfil no twitter, se dizendo honrado por ter conseguido desagradar a esquerdistas e bolsonaristas ao mesmo tempo. Entendo que as acusações de apologia à pedofilia que pairam sobre o filme não procedem. Deploro o fato de um crime tão grave está sendo retratado na história de forma lúdica. Porém, dizer que há um incentivo a esta prática criminosa, é um exagero que, a pretexto de impor uma censura oportunista e eleitoreira há alguns meses das eleições, sob a égide da inocência de nossas crianças, soa muito mais como pauta moral de uma plataforma política. E sabemos a quem esse tipo de campanha interessa.
Se formos começar uma caça às bruxas, a varredura deve ser completa. Se, de fato, houvesse apologia à pedofilia no filme de Gentili, não apenas ele, mas também todo os participantes da produção, incluindo os pais e responsáveis pelos atores e atrizes menores de idade que participaram do filme, deveriam ser denunciados e indiciados pelo suposto crime. Alterar a classificação indicativa do filme ou exigir a sua retirada das plataformas digitais, não combateria a pedofilia nele exposta e romantizada. E isso não acontecerá. Até porque, não há apologia à pedofilia na cena. O que há, é um profundo mal gosto e uma mentalidade de 6º ano do fundamental que caracteriza o trabalho do autor. Aliás, Gentili, por ter sido um dos principais apoia dores e entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, também pode ser acusado de ter escrito o roteiro de “Como se tornar o pior presidente do Brasil”, filme que está em cartaz há mais de três anos e que estamos obrigados a assistir diariamente contra a nossa vontade.
É bem provável que Bolsonaro esteja governando o país seguindo algum manual que ele encontrou no lixo do banheiro de algum boteco. Isso explica a destruição e o caos promovidos por um presidente que foi eleito sem nunca ter feito nada, sem saber de nada e que está acabando com tudo. Jair Messias Bolsonaro é um autêntico personagem do humor infantiloide, reacionário e neoliberal de Danilo Gentili, que se relacionava sexualmente com galinhas na adolescência por não ter capacidade de conquistar uma namorada e não ter dinheiro para frequentar um bordel, e que, quando adulto, passou a “comer” gente usando a verba do auxílio moradia. Um homem que chegou a presidência da república, mesmo tendo sido expulso do Exército por planejar a explosão de bombas no s quartéis do Rio de Janeiro e que queria colocar um presidente da república no paredão e fuzilá-lo.
Alguém que como parlamentar, sempre se comportou como um moleque, dando declarações racistas e homofóbicas e dizendo que não estupraria uma colega de parlamento, porque ela era “feia”. Um sujeito que deu uma arma de fogo para o filho de 5 anos de idade brincar de dar tiros e que consegue fazer piada com a morte de mais de seiscentas pessoas. Boa parte delas, vítimas da sua omissão na compra das vacinas que poderiam ter salvo suas vidas. Um homem que trouxe de volta a inflação, o aumento do desemprego, a fome, a miséria e que transformou a gasolina do país na mais cara do mundo. Um presidente que combate o socialismo e que vai à Rússia prestar homenagem ao túmulo do soldado desconhecido. É muita incompetência, molecagem, fanfarronice e maldade. E isso não tem a menor graça. Principalmente, quando não é apenas uma obra de ficção.
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