Cunha segura Dilma. Dilma segura Cunha
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No início do ano, quando foi gerada a crise que se arrasta há dez meses ("10 meses que abalaram o Brasil"), tudo indicava que os maiores desafetos do país eram dois presidentes. Dilma e Cunha viviam às turras, como gato e rato, repetindo insistentemente as peripécias que vimos tantas vezes nos desenhos animados de Tom & Jerry. Como os dois personagens, um queria acabar com o outro – e sairia vencedor quem fosse o primeiro a fazê-lo.
No entanto, hoje, 294 dias depois, a situação mudou totalmente. Embora continuem sendo desafetos, constata-se que, queiram ou não, um ajuda o outro a se manter no poder.
A grande sorte de Dilma é o presidente da Câmara ser Eduardo Cunha, que não tem nenhuma isenção e muito menos moral para abrir um processo de crime de responsabilidade e que perdeu totalmente o apoio popular, pois as pessoas já perceberam – e muitas já desembarcaram, por esse motivo, da aventura do impeachment – que se Dilma for afastada quem assume é ele durante os seis meses de discussão do processo.
Se o presidente da Câmara fosse alguém com mais estofo, mais credibilidade, alguém menos queimado, alguém menos envolvido de forma tão explícita com a corrupção que campeia no país o seu processo de impeachment, mesmo sem um crime explícito poderia já estar tramitando; só não tramita porque preside a Câmara quem preside.
Por outro lado, a grande sorte do Cunha é a Dilma ser a presidente. Se o governo não fosse tão fraco ele já teria caído desde as primeiras denúncias de suas contas na Suíça. Ele só se segura porque tem nas mãos a espada de Dâmocles que pode cortar o pescoço da presidente, que é tudo o que a oposição espera dele e tudo o que a situação teme.
Queiram eles ou não, é Dilma quem segura Cunha na presidência da Câmara e é Cunha quem segura Dilma na presidência do Brasil.
A boa notícia é que Cunha não tem três anos de poder pela frente.
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