Cunha quer faturar resultados de seu primeiro semestre na presidência da Câmara

Cunha tornou-se o homem forte do Congresso e quer ficar mais forte. Seja para garantir a aprovação de emenda que lhe permita disputar novo mandato como presidente, seja para alçar outros voos eleitorais, que podem até incluir a presidência

Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista Data: 02/07/2015
Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista Data: 02/07/2015 (Foto: Tereza Cruvinel)


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Não procedem nem as torcidas nem os temores: no pronunciamento que deve fazer na sexta-feira próxima, em cadeia de rádio e televisão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não pretende falar da crise política e muito menos do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff.  O que ele quer é faturar os resultados de seu primeiro semestre na presidência, ao longo do qual forçou a Casa a trabalhar num ritmo sem precedentes depois da Constituinte, obtendo um expressivo superávit legislativo.

Os boatos - que animaram os golpistas e atemorizaram governistas - tiveram origem na coincidência entre o dia do pronunciamento e o prazo final dado pelo TCU para que a presidente Dilma Rousseff apresente explicações sobre as tais pedaladas fiscais e outras irregularidades apontadas pelo relator Augusto Nardes.  Apenas coincidência, pois na sexta-feira a Câmara deve encerrar o semestre e entrar de recesso.

Outros presidentes da Câmara já requisitaram cadeias de rádio e televisão e muito recentemente o presidente do Senado, Renan Calheiros, fez uso de uma no Primeiro de Maio.  Cunha vai dizer que neste semestre que se encerra a Câmara venceu a tradicional inoperância legislativa, aprovando elevado conjunto de medidas de interesse da população. E que não se limitou a cumprir a pauta do Executivo, tal como ele prometeu em sua campanha, aprovando também medidas de iniciativa parlamentar, com destaque para a reforma política. Goste-se dela ou não, é fato que alguma coisa saiu, e ainda acompanhada da legislação eleitoral infraconstitucional aprovada na semana passada. Se vingarão, depende ainda do Senado.

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Duas outras medidas de iniciativa da própria Câmara foram a redução da idade penal de 18 para 16 anos em caso de crimes graves – uma emenda constitucional que ainda precisa ser votada em segundo turno – e o polêmico projeto da terceirização de mão-de-obra, que agora está no Senado.

Nestes quatro meses e meio Cunha tornou-se o homem forte do Congresso e quer ficar mais forte. Seja para garantir a aprovação de emenda que lhe permita disputar novo mandato como presidente, seja para alçar outros voos eleitorais, que podem até incluir a Presidência da República, embora ele venha declarando apoio ao prefeito do Rio, Eduardo Paes.

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Em relação aos processos contra Dilma, Cunha ainda é mistério. Embora a cúpula do partido tenha feito o discurso da “responsabilidade institucional” no jantar de sexta-feira com Eduardo Paes no Rio, ele vem tomando providências para limpar a pauta acumulada de prestações de contas de governos passados ainda não apreciadas. E com isso, quer estar pronto para colocar as de Dilma em votação quando a hora chegar.

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