Cunha e seus 200 ladrões vão governar o Brasil?

A fábula Ali Baba e os 40 ladrões, originária da Arábia pre-islâmica, no Brasil se chama Eduardo Cunha e os 200 e tantos ladrões, livres, leves e soltos. Vários personagens confirmam o roteiro mas a Justiça só tem pressa quando se trata do PT

Brasília- DF 21-06-2016 Presidente afastado da câmara, Eduardo Cunha, durante coletiva no hotel nacional de Brasília. Foto Lula Marques/Agência PT
Brasília- DF 21-06-2016 Presidente afastado da câmara, Eduardo Cunha, durante coletiva no hotel nacional de Brasília. Foto Lula Marques/Agência PT (Foto: Chico Vigilante)


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A fábula Ali Baba e os 40 ladrões, originária da Arábia pre-islâmica, no Brasil se chama Eduardo Cunha e os 200 e tantos ladrões, livres, leves e soltos. Vários personagens confirmam o roteiro mas a Justiça só tem pressa quando se trata do PT.

Todo mundo sabia e comentava mas agora a verdade salta aos olhos. Só não vê e não age contra quem não quer.

Cara a cara com Cunha, também presente à audiência, o empresário executivo da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo, rasgou o verbo em depoimento à 6ª Vara Criminal da Justiça Federal, em São Paulo, dia 8/8.

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Segundo Camargo, para justificar a cobrança dos valores, Eduardo Cunha lhe disse que tinha uma bancada de mais de duzentos deputados para sustentar.

Pois é, para aqueles que ainda não acreditavam na versão de golpe, será que agora vão entender a votação do processo de impeachment contra Dilma?

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Delator da Operação Lava Jato, Camargo afirmou que em 2011, foi pressionado e extorquido por Eduardo Cunha a pagar propina de US$ 5 milhões, de um montante total de R$10 milhões. O vídeo e o audio da delação estão na internet para quem quiser checar.

O empresário confirmou as informações anteriores sobre propinas para Eduardo Cunha referente à contratação de um estaleiro para a construção de dois navios-sonda pela Diretoria Internacional da Petrobrás, em 2006 e 2007.

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O que falta para que Eduardo Cunha seja preso? O Brasil aguarda há mais de 300 dias para vê-lo fora da Câmara dos Deputados e na cadeia.

No entanto, o mais famoso bandido do Brasil, processado pelo Conselho de Ética da Câmara e pelo STF continua impune, morando num apartamento de luxo de uma das mais nobres superquadras de Brasília e recebendo seu salário integral. Surreal.

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Está mais do que provado por documentos enviados ao Brasil pelo governo suíço, que Eduardo Cunha tem milhões em contas secretas lá fora.

Sua ligação com o Petrolão também.

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Sua distribuição de propinas a 200 deputados... sua participação junto com Temer na trama para derrubar Dilma. O que mais será necessário ?
Uma simples pesquisa na internet sobre processos contra Eduardo Cunha chegará a seguinte conclusão: o cidadão sempre teve uma relação íntima com a Justiça. Não a melhor delas, é claro.

Em mais de 20 processos/inquéritos ele é acusado de crime contra a ordem tributária; falsificação de documentos; improbidade administrativa; captação ilícita de sufrágio, abuso de poder econômico; além dos que vieram a tona recentemente, por corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, etc.

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Responsável pela delação que enredou pela primeira vez o ex-presidente da Câmara dos Deputados, na Operação Lava Jato, o empresário Júlio Camargo, estranhou em entrevista à Carta Capital, em julho, o fato de as investigações da Lava Jato contra integrantes da oposição ao governo Dilma não avançarem.

"O que me espanta é a morosidade. Não há dúvida nenhuma de que a sistemática do PT foi simplesmente uma sequência do que já existia antes. A opinião pública está desconfiada da falta de informação sobre os processos referentes aos demais partidos", sustentou Camargo.

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Desde pequeno nunca gostei de delatores, alcaguetes, dedo duros. Pra mim não é coisa de gente honrada.

No entanto, na transição que vivemos há que se reconhecer um lado positivo na ação dos delatores: ficou claro para a população o desenho das práticas de corrupção no meio empresarial e político e o fato de que elas não foram criadas pelo PT mas sim que se repetem e se sofisticam há séculos.

O brasileiro vizualizou as entranhas podres do poder.

Viu a dinâmica de distribuição de cargos nos três poderes, o processo ilegal de financiamento de eleições em todos os níveis, e a posteriorapresentação das faturas de cobrança, ou seja, eu te financio e você me paga depois em favores que, obviamente, se reverterão em novos lucros.

Mais uma prova do golpe acaba de ser exposta: o processo de cassação de Cunha ficou pronto para ser levado ao plenário antes do recesso parlamentar de julho.

No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, preferiu marcar somente para 12 de setembro a data da sessão de votação – bem depois da consumação do impeachment de Dilma, previsto para 29 de agosto.

Sua argumentação de que precisava discutir a data junto com os líderes dos partidos para garantir um quórum alto na sessão, é hipocrisia milimetricamente destilada.

Quem quer garantir quórum marcando uma sessão numa segunda-feira, quando a maioria dos deputados estarão em seus estados participando da campanha para as eleições municipais em todo o país?

Diante das evidências – de que agora quem vai mandar no país será Temer, Cunha e seus 200 ladrões - o brasileiro terá que se posicionar, aprender a fazer política, a participar, a se mobilizar em torno das grandes causas.

Teremos que lutar, e muito, para impedir que as conquistas sociais, políticas e econômicas dos últimos 13 anos sejam destruídas. A luta pelos direitos humanos e pela democracia não é uma luta antiga, ultrapassada. Ela é atual e imprescindível no Brasil deste agosto de 2016.

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