Cuidado com as viúvas traídas do bolsonarismo

Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid
Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid (Foto: Divulgação / Alan Santos-PR)


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Um dos ofícios de um historiador é manter a memória, sobretudo em tempos onde a mesma parece se perder numa avalanche de bobagens despejada pelas redes sociais. Nada acontece por acaso, haverá tempo para debater essa temática.

Para não virar “causo” a memória deve assumir carácter substancialmente conceitual: Dilma foi eleita em um “empate” eleitoral com Aécio. Governou de forma híbrida. Em parte adotou a agenda de Aécio e em parte a agenda pela qual foi eleita. Acabou desagradando a todos. 

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Enxergando a fragilidade de um mandato popular, as forças infernais que habitavam o subsolo da nação saíram do esgoto. 

O erro era incorrigível. Dilma selou seu destino ao não ser fiel com seus eleitores e não fortalecer os setores populares. A democracia brasileira foi demolida aos moldes típicos de uma República das Bananas. Restava agora a sucessão presidencial. 

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Lula era o líder e possivelmente venceria. Mas a direita apostou na Lava-Jato que teve apoio de todos os setores reacionários: do STF aos grandes meios de comunicação. 

O problema desse movimento foi o fato de que para tirar Lula da eleição, o mesmo precisaria ser preso. Prender Lula era entregar de vez a nação aos setores pútridos que já começavam a ganhar certo protagonismo. 

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Tentou-se criar uma chapa com amplo apoio político a Alckmin. Mas Alckmin não subia. Tratava-se de uma questão lógica: caso alguém lhe dê a oportunidade de ter algo valioso, a sua escolha certamente será, a de todas as opções valiosas, a mais valiosa de todas. 

O mesmo ocorre no universo da estupidez e da putrefação: caso alguém - por livre opção de seu gosto e nível de consciência- opte a procurar a matéria mais estúpida e mais podre que existe, ela certamente vai escolher a mais estúpida e pútrida que existe: nascia Bolsonaro na política brasileira. 

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Foi eleito. Toda a direita que almejasse também ser eleita, teve que tapar o nariz, rasgar sua biografia e apoiá-lo. Esperavam em troca aliança e boa vizinhança/governança. 

Tolice… o que esperar da criatura mais burra e pútrida da História da República? Brigou com a direita tradicional (PSDB, Globo, STF, etc); rompeu com o Lava-Jatismo e se isolou no obscuro mundo demente de Olavo de Carvalho, que por um ano foi o primeiro ministro de fato do Brasil. 

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A estupidez de Bolsonaro ainda nos levará a uma pandemia dilacerante, a volta da fome, a destruição do já patético exército brasileiro, a criação do Cristo-fascismo, ao caos nas forças de segurança e a destruição de nosso bioma como nunca se viu antes. 

Em 2022 Bolsonaro perdeu as eleições para Lula. Sim, a direita teve que apostar naquele que ontem demonizava, para colocar de volta no esgoto as forças infernais que ela mesma liberou. 

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Dia 22 de junho iniciará a votação da cassação dos diretos políticos de Bolsonaro e até o dia 27 (se tudo correr bem) Bolsonaro não poderá se eleger por 8 anos. Outros processos estão em curso, inclusive criminais, vejamos até onde vai a “limpeza” que a direita terá que fazer para colocar de volta ao esgoto não só Bolsonaro, mas o bolsonarismo - essa crosta imunda e mal cheirosa que ainda deixa impregnado 1 em cada 3 cidadãos brasileiros. 

O movimento de “limpeza” - manda a prudência - deve ser rápido, até para que os correligionários de Bolsonaro não tenham tempo de causar o caos no país de novo. Mas lembremos: a direita brasileira foi estúpida o suficiente para tirar do esgoto Bolsonaro e fazê-lo presidente. 

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Caso tudo ocorra dentro do script a direita vai fazer qual movimento? Em primeiro lugar um sentimento de onipotência tomará as suas entranhas: “tiramos Dilma, prendemos Lula, elegemos Bolsonaro, reelegemos Lula e tiramos Bolsonaro do jogo político”. Sim, é assim que a direita pensa: povo e movimentos sociais são coadjuvantes em todo esse processo…

Caso esse seja o movimento compreendido pela direita, o próximo movimento é enterrar Lula e tornar o país parlamentarista. Um governo das elites, indicado pelas elites e sem contradições… Acordaremos uma Alemanha aos olhos dos ricos e uma reedição da República das Oligarquias na pele do povo. 

É o que sobrou das viúvas traídas do bolsonarismo: acabar com a democracia com classe e de forma inodora. A grande luta se repete e se faz urgente: ou Lula mobiliza e fortalece os movimentos sociais, ou a direita continuará a governar o país indefinidamente.

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