Cuidado, Bolsonaro: artistas derrubaram a ditadura sem armas
"Bolsonaro não deveria menosprezar artistas", recomenda o jornalista Alex Solnik, do Jornalistas peal Democracia, sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro a Daniela Mercury e Caetano Veloso neste carnaval; "Foram importantes na queda da ditadura que ele acha que não houve. Os artistas – sobretudo esses dois – têm muito mais votos do que ele. Têm muito mais eleitores. São eleitos há muitos e muitos anos. Admirados diariamente. São poderosos. Derrubaram a ditadura armada sem arma alguma. Apenas cantando"
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Ao criticar Daniela Mercury e Caetano Veloso por causa da Lei Rouanet, Bolsonaro produziu mais uma fake news, para deleite de seus seguidores e repúdio da sociedade civil que deseja a preservação da democracia. E criou inimigos que não deveria criar.
Artistas populares como eles nunca precisaram de leis para se projetar como alguns dos maiores do país. Talvez por desconhecer a história ou sempre insistir em corrompê-la, Bolsonaro sugere que eles se projetaram graças à Lei Rouanet. Mentira. Já eram grandes muito antes disso. A lei é do tempo de Fernando Collor.
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Bolsonaro não deveria menosprezar artistas. Foram importantes na queda da ditadura que ele acha que não houve. Os artistas – sobretudo esses dois – têm muito mais votos do que ele. Têm muito mais eleitores. São eleitos há muitos e muitos anos. Admirados diariamente. São poderosos. Derrubaram a ditadura armada sem arma alguma. Apenas cantando.
Engana-se o presidente – ou tenta enganar os incautos - se pensa que a Lei Rouanet enriquece artistas. Claro que não; enriquece empresários. Essa classe que lhe deu tantos votos.
Todos os presidentes autoritários atacam os artistas. Getúlio, na fase ditador, queimou livros de Jorge Amado. Generais de 64 censuraram imensa produção artística. Collor tentou acabar com o cinema brasileiro ao fechar a Embrafilme. Mas seu governo acabou antes.
Bolsonaro pode ter uma certeza: artistas são mais poderosos que políticos; entre um artista e ele, o eleitor sempre vai escolher o artista.
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