Crítica ao modelo institucional brasileiro

Os modelos institucionais/organizacionais dos Estados foram sendo construídos dentro de um processo civilizatório onde a dominação cultural, a colonização estrangeira, desempenhou a mais forte e mais permanente influência. Com a expansão capitalista, desde o período renascentista, e o empoderamento europeu, seguido do amplo domínio das nações do Atlântico Norte, a própria gestão colonial impôs seu modelo

Crítica ao modelo institucional brasileiro
Crítica ao modelo institucional brasileiro (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)


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Os modelos institucionais/organizacionais dos Estados foram sendo construídos dentro de um processo civilizatório onde a dominação cultural, a colonização estrangeira, desempenhou a mais forte e mais permanente influência. Poucas áreas, em especial na Ásia, tão ou mais antigas do que as europeias, conseguiram manter alguma identidade própria.

Com a expansão capitalista, desde o período renascentista, e o empoderamento europeu, seguido do amplo domínio das nações do Atlântico Norte, a própria gestão colonial impôs seu modelo homogêneo.

Posso até entendê-lo, com a maior boa vontade, como decorrente da racionalidade administrativa, mas, efetivamente, condicionou a organização das sociedades a um modelo genérico, aplicável a identidades e condições até díspares.

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Em organização, um destes tipos de modelo, o mais comumente encontrado, é designado funcional clássico, isto é, fundado em funções que todas organizações, em princípio, executam: produção, finanças, gestão de recursos humanos, materiais, logísticos etc.

Nos Estados temos educação, saúde, transporte, forças armadas etc.

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A principal crítica que faço a este modelo é sua falta de identidade, é sua desvinculação a objetivos nacionais.

Mas há um sentido. Se, por exemplo, a saúde é tratada em sua função técnica, o governo pode perfeitamente e com explicação viável transformar a organização/instituição da saúde num instrumento de consumo de medicamentos, privilegiando o indústria farmacêutica. E esta indústria pode ser privada estrangeira, o que faria deste órgão nacional um contribuinte para gordos dividendos de outra nacionalidade.

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Os exemplos seriam numerosos. Um banco central para defesa do rentismo, forças armadas para compra de equipamentos obsoletos, transporte para desenvolvimento da indústria automobilística etc, etc etc.

Podemos e devemos construir um modelo nacional brasileiro de instituições.

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O primeiro passo seria a definição de objetivos nacionais permanentes como axiais para a construção institucional. Entendo que estes objetivos são dois: conquista e manutenção da Soberania Brasileira e construção permanente da Cidadania Brasileira.

Exemplificando, o executivo brasileiro teria dois vice-presidentes encarregados destas duas áreas institucionais. Ficaria então mais fácil, no caso da saúde, que faz parte da construção da cidadania, observar o maior objetivo: a prevenção da doença e não seu tratamento. Quanto mais a saúde gastasse em tratamento, menos eficiente seria sua gestão, pois o cidadão saudável e não o tratado é o objetivo maior.

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No caso do transporte, os diversos modais, integrados, que reduziriam custos, garantiriam deslocamentos, atenderiam prazos seriam estes os indicadores de eficácia e não a produção nacional de veículos automotores.

Na vice-presidência da Construção da Cidadania, os três grandes programas – existência, consciência e vocalização – orientariam uma primeira divisão.

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Por exemplo: Ministério das Condições de Existência, com as atividades de concessão da renda mínima, da saúde, da habitação, dos deslocamentos urbanos etc. A habitação se desdobraria na urbanização, no saneamento básico, na preservação ambiental, na construção imobiliária etc etc.

Ficaria mais fácil para o povo eleitor e para os próprios governos avaliarem os resultados de sua gestão e implementar, a tempo, decisões corretivas.

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Na área a Soberania Nacional, mais ampla e complexa, poderíamos adotar critérios múltiplos. Creio que há razoável consenso em considerar o desenvolvimento científico e tecnológico como indicador mais consistente para  Soberania.

As principais tecnologias do século XXI – da informação, nuclear, aeroespacial e de energias – poderiam constituir o primeiro nível, ainda que não exclusivos,  desta secção institucional.

Tomemos a informação. Além das pesquisas de sistemas, linguagens, materiais, os usos da informação (espionagem, construção de equipamentos – computadores, celulares – redes de transmissão de dados) com suas interseções com a defesa nacional, a vocalização (objetivo da Cidadania), suporte à tecnologia aeroespacial constituiriam divisões desta área tecnológica.

Também as explorações minerais estariam vinculadas aos projetos tecnológicos. Assim a produção de nióbio, de terras raras não se curvariam simplesmente ao  preço (sempre manipulado) do mercado externo, mas no uso efetivo para a Soberania e Cidadania Brasileiras.

O atilado leitor estará perguntando: e as atividades judiciais, de segurança, de administração geral?

Entendo que todas caberiam numa vice-presidência de administração e justiça, onde estariam o orçamento nacional (tributação, tesouraria, controladoria), a segurança pública e a aplicação da justiça.

Dentro deste arcabouço, construído (não repetidos) em níveis nacionais, regionais e municipais, organizaríamos o exercício do poder nacional executivo.

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