Crise se agrava mas Guedes prefere caminhar em Ipanema
"Das duas uma: ou Paulo Guedes desistiu do projeto de liderar a economia nacional diante das dificuldades atuais ou foi acometido por um inconcebível alheamento social", escreve o jornalista Ricardo Bruno
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Algo muito estranho acomete a República brasileira. Enquanto a crise se agrava mostrando uma Nação conflagrada, com repercussões sombrias sobre a economia, o ministro Paulo Guedes, acompanhado da esposa, caminhava nesta quinta (26) na praia de Ipanema, alheio às recomendações de isolamento e igualmente distante do debate sobre as medidas anticíclicas necessárias para arrefecer os efeitos perversos da pandemia.
Das duas uma: ou Paulo Guedes desistiu do projeto de liderar a economia nacional diante das dificuldades atuais ou foi acometido por um inconcebível alheamento social, revelador talvez de uma irresponsabilidade que contrasta com imagem de competência e dedicação que tenta projetar no exercício do cargo.
No momento em que a maioria dos brasileiros não sabe se vai ter meios para suas necessidades básicas, se vai faltar alimento ou recursos para cumprir as obrigações de subsistência, o Chicago Boy, supostamente responsável pelas saídas, se exibe, exposto ao sol, em caminhantes revigorantes, flanando no calçadão de Ipanema , numa cena inconcebível no momento em que a economia do país vive a ameaça de se derreter, tragada pelo vírus devastador. Em respeito a dor do brasileiros, o ministro deveria pedir o boné - o mesmo que exibia, lépido e fagueiro, nesta manhã ensolarada.
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