Crise: Políticos e magistrado contra a Lava Jato
Se antes divulgar ilegalmente o grampo de uma conversa privada entre a então presidente Dilma com Lula foi aceita - o que motivou ministros do STF a impedir que o ex-presidente assumisse um ministério para tentar debelar a crise política no Congresso - agora se fala em colocar limites
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Depois que o juiz Sérgio Moro e a Lava Jato, com o apoio da grande imprensa, da oposição, da FIESP, entre outras corporações, atingiu o PT e Lula, ao voltar, agora, as suas baterias para o PMDB, ministros do governo Temer, além de tucanos de alta plumagem, os seus atos interpretativos que atingem os direitos individuais começam a ser questionados.
Os primeiros a gritarem foram o senador Renan Calheiros (PMDB) - após a prisão de policiais do Senado, exigindo limites. Em seguida surgem as vozes do ministro Gilmar Mendes e do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo Michel Temer.
É que depois do 'trabalho bem feito' pelo juiz de primeira instância do Paraná, caso os limites legais não sejam reestabelecidos, não apenas todos os atuais caciques da classe política serão atingidos continuamente, mas também personagens do STF, STJ e Tribunais Federais.
Há uma relação íntima na demora de julgamentos de processos que envolvem políticos. E isso faz parte da estrutura de poder, de corrupção e de proteção entre empresários, políticos e justiça.
A sanha justiceira de Moro para combater a corrupção e os "tempos excepcionais" – como ele, procuradores e outros magistrados chamam e justificam sua decisões – os levou a implementar medidas excepcionais. Quem antes discordasse era tachado de ser contra o combate a corrupção.
Neste instante não mais. Se antes divulgar ilegalmente o grampo de uma conversa privada entre a então presidente Dilma com Lula foi aceita - o que motivou ministros do STF a impedir que o ex-presidente assumisse um ministério para tentar debelar a crise política no Congresso - agora se fala em colocar limites.
Mas o que de fato está ocorrendo, neste momento, é uma articulação entre políticos e o judiciário para por freios no que serviu, mas que agora não serve mais.
Quando o ministro Gilmar Mendes diz publicamente que há "excessos na Lava Jato" e que "Acho que deveríamos ter colocado limites nessas prisões preventivas que não terminam, ele está dizendo que" chega, pode parar".
Neste momento, após a entrada de federais no Senado, há uma crise institucional que precisa ser debelada para que sobrevivam alguns políticos e ministros.
Há, inclusive, além das declarações duras contra a Lava Jato, a especulação, por parte de pessoas próximas a Renan Calheiros, afirmando que "inconformado com o Juiz Sérgio Moro, com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e mais ainda com Rodrigo Janot, por conta da invasão do Senado pela Polícia Federal e prisão de agentes da Polícia Legislativa" o Senado está a um passo de instalar uma CPI para investigar a Operação Lava-Jato".
É uma crise sem fim, com combustível capaz de virar uma crise institucional ainda maior.
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