Crise política que afunda a economia e a democracia custou 20 centavos

Em questão de semanas, Dilma, Lula e o PT passaram a ser odiados como por mágica. As ações desses grupelhos com cérebros de 15 anos semearam a ascensão de uma direita hidrófoba cujo objetivo era pisotear a democracia. E esse objetivo foi atingido

Em questão de semanas, Dilma, Lula e o PT passaram a ser odiados como por mágica. As ações desses grupelhos com cérebros de 15 anos semearam a ascensão de uma direita hidrófoba cujo objetivo era pisotear a democracia. E esse objetivo foi atingido
Em questão de semanas, Dilma, Lula e o PT passaram a ser odiados como por mágica. As ações desses grupelhos com cérebros de 15 anos semearam a ascensão de uma direita hidrófoba cujo objetivo era pisotear a democracia. E esse objetivo foi atingido (Foto: Eduardo Guimarães)


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O país chegou a um ponto que era inimaginável até junho de 2013. Em breve, completar-se-ão três anos desde que um grupo de moleques de todas as idades biológicas – mas todos com a mesma idade mental – decidiu incendiar o Brasil por 20 centavos.

Escrevo isto após ler o bilionézimo texto dizendo que ainda não entendemos as “jornadas de junho” de 2013. Fenômeno que, ao que se saiba, ninguém entendeu, à exceção de alguns luminares que até hoje não conseguiram nos explicar nada.

Naquele ano, a economia, os salários e o nível de emprego estavam crescendo com força. O governo dispunha de “governabilidade” para manter a economia funcionando a contento. Dilma tinha mais de 60% de aprovação. E a vida de todos melhorava ano após ano.

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De junho de 2013 para cá, o país começou a afundar de todas as formas. Em 30 dias, o Brasil deixou de ser uma promessa e para se transformar em um pesadelo no qual fascistas começaram a se levantar de suas tumbas e nada mais deu certo por aqui.

Hordas de doidos saíram à rua incendiando e depredando tudo que viam pela frente por não aceitarem um mísero aumento de alguns poucos centavos no preço das passagens de ônibus e metrô dos paulistanos.

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Em questão de semanas, Dilma, Lula e o PT passaram a ser odiados como por mágica. As ações desses grupelhos com cérebros de 15 anos semearam a ascensão de uma direita hidrófoba cujo objetivo era pisotear a democracia. E esse objetivo foi atingido.

Hoje, passados três anos, o Brasil já não é uma democracia. A Operação Lava Jato tem nítido víés político. Persegue políticos de um só lado, ignora evidências e até provas contra o outro, persegue pessoas por suas convicções políticas.

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Nas ruas, hordas fascistas caçam pessoas que tenham orientação ideológica que a mídia conseguiu tornar “proibidas”. Empresas fazem seleções ideológicas e perseguem ou até demitem acusados de terem opiniões políticas que foram sumariamente criminalizadas.

Se isso não é uma ditadura, não sei o que é uma ditadura.

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Eu mesmo estou sendo alvo de uma armação da polícia política que junho de 2013 pariu. Não que esteja surpreso. Nos últimos nove anos, incomodei muito a direita e os barões da mídia.

Em 2007, quando o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que aquela Corte tinha aceitado processar José Dirceu porque a mídia lhe pôs a “faca na pescoço”, através deste Blog coloquei 300 pessoas para protestar diante da Folha de São Paulo contra a parcialidade midiática.

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Em 2008, quando a mídia provocou mortes ao alardear que havia um surto de febre amarela urbana no país, o que levou pessoas a se sobre vacinarem, consegui abrir uma investigação no Ministério Público que fez Globos, Folhas, Vejas e Estadões gastarem muito dinheiro com advogados.

Em 2009, quando a Folha de São Paulo disse, em editorial, que a ditadura militar brasileira foi uma “ditabranda” porque matou “pouca gente”, através do Blog, de novo, coloquei 500 pessoas diante do jornal para protestar contra essa revisão histórica absurda.

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Em 2010, usei o Blog e o apoio dos leitores para abrir na Polícia Federal uma investigação dos institutos de pesquisa Ibope, Datafolha, Sensus e Vox Populi, que se dividiram entre Dilma Rousseff e José Serra.

Nos anos seguintes continuei incomodando a mídia conservadora e a direitona. No ano passado, representei o juiz Sergio Moro ao Conselho Nacional de Justiça – o que explica muita coisa, não é mesmo? – e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, à Procuradoria Geral da República.

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Ao denunciar, com provas, que a Lava Jato havia vazado para a mídia sua 24a fase eu sabia que corria riscos, assim como sabia em cada uma das outras vezes que incomodei poderes discricionários.

Cutuco essa onça com vara curta há muito tempo na esperança de mostrar às pessoas que qualquer cidadão pode fazer sua parte na luta contra essa direita hidrófoba que infelicita este país há 500 anos.

Não tenho medo de lutar, mas não suporto lembrar de que toda essa situação trágica que o país está vivendo se deve muito mais a setores da esquerda do que à direita. A esquerda ressuscitou o fascismo no Brasil. Isso é que dói.

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