Crise política e o risco de hiperinflação

Se não ocorrer entendimento e resgate da credibilidade o fundo do poço nos aguarda. E os resultados da queda são imprevisíveis, para todos



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Sem que os principais atores da política brasileira, situação e oposição, cheguem a um efetivo entendimento sobre o que é melhor para o Brasil, o risco de hiperinflação não pode ser descartado. É o que avaliam economistas, entre eles Raul Velloso.

Os erros cometidos nos últimos anos pelo governo Dilma na gestão da economia, o cenário econômico mundial e o posicionamento da oposição apostando no quanto pior melhor, especialmente o PSDB que votou contra medidas de ajuste defendidas pelo próprio partido, são os combustíveis explosivos para tal cenário. E quem paga a conta, sempre, é o andar de baixo, as classes média e baixa, como já estamos vendo.

2016 será um ano em que veremos queda do PIB, da riqueza nacional, em torno de 5%, segundo previsões de bancos. Seja qual for o número, teremos desemprego e inflação, isso é certo. E mais, sem entendimento político no Congresso teremos a piora da situação econômica.

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O secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, vê o País ainda com uma cultura de indexação adormecida, apesar de o Plano Real tê-la colocada em seu devido lugar. O exemplo disso ocorreu a poucos dias no estado. Donos de postos aumentaram o preço do litro dos combustíveis.

Foi preciso uma forte reação de órgãos como o MPE, Procon e a sociedade civil para que recuassem. Ou seja, o empresário optou por aumentar a sua margem de lucro, - não o contrário - mesmo que isso significasse redução nas vendas. Esse é um dos claros exemplos da cultura inflacionária que temos adormecida.

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Caso o governo não consiga convencer o parlamento de que a idade para a aposentadoria precisa ser alterada, assim como rediscutir as várias gratificações concedidas para servidores públicos, não será dado um passo importante de reconquista da confiança do empresariado e dos investidores.

Outro ponto importante nesse momento em que há, também, uma crise de confiança no Executivo e no Legislativo, é a aprovação da CPMF que vai gerar recursos para a União,

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Estados e Municípios. Para gestores como George Santoro, é a opção mais barata para a população nesse momento, onde quem ganha mais vai pagar mais, portanto é um imposto menos injusto.

A alternativa à CPMF é a Cide-Combustíveis - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina, diesel , querosene, óleos combustíveis , gás liquefeito de petróleo, gás natural, nafta, e álcool combustível – que o governo não quer usar porque vai gerar mais inflação.

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Ou seja, e resumindo: se não ocorrer entendimento e resgate da credibilidade o fundo do poço nos aguarda. E os resultados da queda são imprevisíveis, para todos.

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