Crise hídrica reflete modelo de gestão tucano das estatais

O PSDB coloca as empresas a serviço de interesses privados, quando deveriam ser geridas por políticas que beneficiassem a população, seus verdadeiros "donos"

O PSDB coloca as empresas a serviço de interesses privados, quando deveriam ser geridas por políticas que beneficiassem a população, seus verdadeiros "donos"
O PSDB coloca as empresas a serviço de interesses privados, quando deveriam ser geridas por políticas que beneficiassem a população, seus verdadeiros "donos" (Foto: Enio Verri)


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Na última semana de janeiro as manchetes dos principais diários do país deram o tom, num incomum lampejo de rigidez da grande mídia com o tucanato, sobre o tamanho da crise hídrica em São Paulo. Pela primeira vez o governo paulista admitia a possibilidade de adotar um drástico rodízio no sistema de abastecimento, que poderá chegar a cinco dias sem água por semana.

O debate sobre a crise é pautado por interesses políticos. O governo Alckmin demonstra gastar tanta energia na retórica da crise, com a intenção de controlar a opinião pública, quanto para efetivamente solucionar a situação.

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Não passam de mitos as justificativas de que "está faltando água porque não choveu", "as próximas chuvas farão com que o sistema volte ao normal", "não existem outras fontes de abastecimento que não as represas atuais" ou "a culpa é do aquecimento global". Recomendo a leitura do texto "10 mitos sobre a crise hídrica", do jornalista e arquiteto Gabriel Kogan, mestre em Gerenciamento Hídrico no UNESCO-IHE (http://cosmopista.com/2014/10/14/10-mitos-sobre-a-crise-hidrica/).

Tais mitos formam uma cortina de fumaça que esconde as verdadeiras motivações da crise que bate à porta dos paulistanos.

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Em grande parte, a essência do problema está relacionada ao modelo de gestão que o PSDB adota à frente das estatais nos estados onde governa.

A primeira regra da cartilha dos governos tucanos é que as estatais devem ser geridas com foco no aumento dos lucros dos acionistas privados, ainda que o custo de tal política seja o esvaziamento da capacidade de investimentos e o sucateamento das empresas.

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A Sabesp é uma das 20 empresas mais rentáveis do país. Lucrou quase R$ 10 bilhões nos últimos sete anos. Na hora de distribuir os dividendos, escolheu privilegiar os sócios privados em vez de aumentar os investimentos. Os lucros distribuidos aos acionistas superaram 48% o mínimo exigido por lei. Nenhuma das empresas de saneamento com papéis negociados na bolsa foi tão generosa quando a companhia paulista.

O cerne da crise está, portanto, na forma como o PSDB gerencia as estatais, colocando as empresas a serviço de interesses privados, quando deveriam ser geridas por políticas que beneficiassem a população, os verdadeiros "donos" das companhias.

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A Sabesp, e consequentemente os paulistanos, são vítimas de vinte anos destas políticas, que corroeram a capacidade da estatal de atender plenamente as demandas atuais de saneamento e levou o estado à beira da colapso.

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