Crise entre Dilma – Lula/PT se aprofunda
Em tese, a atuação de "bombeiros" como os Ministros Jaques Wagner e Ricardo Berzoini pode e deve conter a chama inflamada dela com o PT, mas não se pode subestimar a possibilidade da crise se ampliar com sua pouca tolerância, embora politicamente ela não sobreviva sem o apoio petista e das bases populares
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Até onde a vista alcança, a crise entre a Presidenta Dilma Rousseff e Lula/PT ainda convive dentro da previsibilidade de possível superação. Mesmo assim, a cada movimento existente de aprofundamento ou estremecimento entre as partes produz de imediato todo tipo de especulação, até mesmo de distanciamento maior beirando ao rompimento entre eles.
Esta é, na essência, uma hipótese fora das previsões mais consistentes porque, mesmo discrepando do conceito e prioridade de dois processos altamente fundamentais na vida do País – a Reforma da Previdência e o novo modelo do Pré-Sal -, a presidenta não expôs até agora nenhum sinal claro de decisão para um afastamento efetivo do ex-presidente Lula e do PT.
Entretanto, a orientação dela acordando com a Oposição no abrigo de multinacionais podendo participar do pré-sal e sua decisão de enfrentar a Reforma Política são questões que a fazem enfrentar o mau humor e a posição inteiramente contrária do PT endossada por Lula.
A SAÍDA DE CARDOZO COMO ESTIMULANTE
Era tudo o que os setores mais radicais do PT pediam há tempo e somente veio a se consolidar agora, mas a saída do Ministro José Eduardo Cardozo é fator a aumentar o desgaste entre a presidenta e o legado petista de uma forma geral, porque ele era o esteio da confiança e da afinidade pessoal da Política gestada pelo Governo na correlação de força com a Justiça.
Cardozo, na verdade, tem um contencioso de enfrentamento com setores fortes do PT e com o próprio Lula porque, da mesma forma com o que acontecera com Aloizio Mercadante, o ministro demissionário sempre enfrentou a resistência petista contra ele por vários fatores e discordâncias.
A causa é simples e direta: a partidarização maior assumida por setores da PF dedicando-se ao endosso à trama de fulminar de vez com o PT, em detrimento do tratamento impessoal e isonômico na relação com a Oposição, ampliou o desgaste entre Cardozo e o partido, porque ele não interferiu no estancamento da atuação seletiva da Federal.
CENÁRIO DE ALTA PREOCUPAÇÃO
O estilo e postura de Dilma, nunca refratária de monitoramento partidário, da mesma forma que seu humor em momentos de forte irritação, devem estar deixando em alta interrogação como ela vai conviver os próximos dias com enfrentamento direto do PT e de Lula na condução das medidas polêmicas – Pré Sal e Reforma Previdenciária.
Em tese, a atuação de "bombeiros" como os Ministros Jaques Wagner e Ricardo Berzoini pode e deve conter a chama inflamada dela com o PT, mas não se pode subestimar a possibilidade da crise se ampliar com sua pouca tolerância, embora politicamente ela não sobreviva sem o apoio petista e das bases populares.
Pode ser tudo apenas mais uma chama, mais um curto–circuito. Entretanto, o futuro dela e do País depende muito desse humor e relação entre a presidenta e o PT.
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