Crimes com provas e confissões

"A divulgação, pela CIA, de documento em que os próprios ditadores – nesse caso, Médici, Geisel e Figueiredo -, assumiam a responsabilidade da execução sistemática de militantes presos, confirma, de forma inegável, que se tratava de uma prática de toda a instituição militar, do começo ao fim do período ditatorial", diz o sociólogo Emir Sader; "E agora, como reagirá o STF, que deveria de imediato colocar em pauta a rediscussão da lei de auto-anistia?", questiona

"A divulgação, pela CIA, de documento em que os próprios ditadores – nesse caso, Médici, Geisel e Figueiredo -, assumiam a responsabilidade da execução sistemática de militantes presos, confirma, de forma inegável, que se tratava de uma prática de toda a instituição militar, do começo ao fim do período ditatorial", diz o sociólogo Emir Sader; "E agora, como reagirá o STF, que deveria de imediato colocar em pauta a rediscussão da lei de auto-anistia?", questiona
"A divulgação, pela CIA, de documento em que os próprios ditadores – nesse caso, Médici, Geisel e Figueiredo -, assumiam a responsabilidade da execução sistemática de militantes presos, confirma, de forma inegável, que se tratava de uma prática de toda a instituição militar, do começo ao fim do período ditatorial", diz o sociólogo Emir Sader; "E agora, como reagirá o STF, que deveria de imediato colocar em pauta a rediscussão da lei de auto-anistia?", questiona (Foto: Emir Sader)


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Ninguém duvidava que a ditadura militar instaurada em 1964 no Brasil era a responsável pela morte de grande quantidade de opositores. A própria Comissão da Verdade já havia confirmado isso, com investigação e depoimentos de vários casos concretos.

Mas os militares tinham se outorgado uma lei de auto-anistia, pela qual ficavam livres dos crimes cometidos, inclusive aqueles inafiançáveis pelo direito internacional, como o uso sistemático da tortura.

A divulgação, pela CIA, de documento em que os próprios ditadores – nesse caso, Médici, Geisel e Figueiredo -, assumiam a responsabilidade da execução sistemática de militantes presos, confirma, de forma inegável, que se tratava de uma prática de toda a instituição militar, do começo ao fim do período ditatorial. E não poupa nem sequer a Geisel, a quem alguns queriam não atribuir responsabilidades nas formas mais brutais da repressão.

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E agora, como reagirá o STF, que deveria de imediato colocar em pauta a rediscussão da lei de auto-anistia? O Congresso deveria fazer o mesmo. A mídia deveria editorializar de maneira vigorosa, fazendo auto crítica de ter sido conivente com a ditadura e a repressão que ela colocou em prática. Os oficiais das FFAA e a própria instituição militar deveria se pronunciar, assumindo os graves crimes cometidos. Os partidários de um novo regime militar deveria vir a publico manifestar sua rejeição ao que foi feito durante a ditadura.

A partir de agora fica registrado na historia do Brasil esses crimes cometidos por ditadores que se apossaram do Estado brasileiro. Os nomes desses ditadores devem ser banidos de qualquer espaço publico, como forma de rejeição dos assassinatos cometidos contra brasileiros que lutavam pela democracia e foram vitimas de execuções por militares que se valeram do aparato de Estado para atuar selvagemente contra a democracia e contra os que a defendiam.

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Caso não se manifestem, caso o pais não volte a discutir a tal auto-anistia, a história do pais estará manchada pela conivência de instituições com a tortura e o extermínio dirigidos diretamente da chefia do Estado e por aqueles que eram os ditadores de plantão.

Que a Comissão da Verdade volte a se reunir e a aprofundar a busca das informações e o envolvimento de todos os que e comprometeram com essas ações barbaras. Que os meios de comunicação comprometidos com a democracia, dirijam esforços para esclarecer tudo o que ocorreu, incluindo os nomes dos carrascos e das suas vitimas.

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Um pais não pode conviver com essas atrocidades sem reescrever a sua historia, nos livros didáticos, na memoria do pais, nos documentos oficiais sobre o que ocorreu naqueles anos hediondos da nossa historia, sem passar tudo a limpo.

Diz-se que os brasileiros não tem memória. Mas ha mecanismos institucionais que promovem o esquecimento, que buscam apagar da história e da memória das pessoas, o que não lhes interessa. Porque grande parte da elite brasileira esteve comprometida com a destruição da democracia durante mais de 20 anos, foi conivente, ativa ou passiva, com as torturas e as execuções contra os que defendiam o retorno da democracia.

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A memoria e a desmemoria não são espontâneas, são fabricadas, construídas e desconstruídas, por mecanismos que fabricam a opinião publica, conforme a expressão de Noam Chomsky. Agora todos sabemos a verdade, ninguém mais pode se fazer de desentendido, todos os que tem dignidade tem que sair a condenar publicamente aquela ação de governantes que ilegitimamente se apropriaram do Estado e cometeram crimes sistemáticos contra cidadãos tomados presos por sua luta de resistência.

Que venham a público dizer que se equivocaram ao apoiar um regime genocida ou reafirmar seu compromisso com a repressão e a destruição da democracia e dos democratas. Jan ao ha mais inocentes no Brasil.

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