Crescimento do patrimônio dos bilionários é aberração diante das esmolas como doações
"Na plutocracia que finge ser democracia, os bilionários pressionam os governos que controlam para ativar a economia para eles seguirem acumulando bilhões de dólares", escreve o engenheiro e pesquisador Roberto Moraes
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O patrimônio líquido dos bilionários brasileiros cresceu o extraordinário volume de R$ 180 bilhões durante a pandemia. Os dados são de um levantamento da Oxfam com dados da Forbes. Os bilionários somam um "seleto grupo de 42 brasileiros que agora somam US$ 157 bilhões, quase R$ 1 trilhão.
Para se ter uma ideia dessa concentração da riqueza dos bilionários brasileiros com o aumento de seus patrimônios em R$ 180 bilhões, veja que todo o volume de dinheiro do auxílio emergencial pago a 65,3 milhões brasileiros (entre 40 milhões de informais e 12 milhões de desempregados), neste período de 4 meses da pandemia, é cerca 50% maior e atinge R$ 129,5 bilhões.
Como a economia real nesse período não cresceu, é fácil deduzir que essa concentração se deve ao capital fictício e à financeirização, possivelmente com vínculos com a liquidez injetada pelo socorro aos bancos, no valor de R$ 1,1 trilhão, ainda no início de abril, bem antes do auxílio emergencial dos R$ 600.
Isso é uma aberração. Em especial, quando se vê alguns destes bilionários fazendo alvoroço e propaganda por doações de algumas máscaras e outras coisas menores.
Ainda segundo a Oxfam, durante a quarentena para conter o avanço da covid-19, oito novos bilionários surgiram na América Latina e Caribe, em especial no Brasil, maior economia da região, enquanto estima-se que 52 milhões de pessoas passarão à condição de pobres incluindo 40 milhões que devem perder seus empregos.
Ou seja, na plutocracia que finge ser democracia, enquanto os pobres se arriscam para trabalhar e se contaminam com a covid-19, para não perder seus empregos, os bilionários pressionam os governos que controlam para ativar a economia para eles seguirem acumulando bilhões de dólares.
É preciso muita desfaçatez, cinismo e hipocrisia para negar essa realidade. Um outro negacionismo. Duro demais saber que todo dia mais de mil pessoas morrem, sem proteção de um desgoverno sem ministro da Saúde, enquanto os bilionários se enriquecem de forma desavergonhada. Cretinos!
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