Crescimento de Haddad na reta final sugere fraude nas pesquisas

Assim como em 2012, o hoje prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cresceu em intenções de voto nas vésperas do pleito. Quatro anos atrás foi estranho e hoje é estranho

São Paulo - Chalita vota no Colégio Sion, em Higienópolis, acompanhado de Fernando Haddad e Eduardo Suplicy.
São Paulo - Chalita vota no Colégio Sion, em Higienópolis, acompanhado de Fernando Haddad e Eduardo Suplicy. (Foto: Eduardo Guimarães)


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Assim como em 2012, o hoje prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cresceu em intenções de voto nas vésperas do pleito. Quatro anos atrás foi estranho e hoje é estranho. E os Institutos de pesquisa que mantiveram o prefeito bem atrás dos adversários (em terceiro lugar) durante quase toda a campanha são os mesmos.

Haddad atravessou os quase sessenta dias da campanha eleitoral deste ano com menos de 10% dos votos. Durante todo esse período, assim como em 2012 o prefeito fez uma campanha cheia de animação e confiança porque disse que, assim como na primeira eleição que disputou, há quatro anos, desta feita iria crescer novamente na reta final.

Coincidência? Uma ova! Todos sabiam que ia acontecer. Isso. Os blogs e sites de esquerda estão cheios de previsões de que o fenômeno de quatro anos atrás se repetiria porque Datafolha e Ibope, mais uma vez, iriam tentar interferir no pleito para impedir o que, hoje, na atual conjuntura política, seria um cataclismo, ou seja, um petista conquistar a maior cidade do país no momento em que os analistas da mídia antipetista declaram que o PT está acabado…

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Claro que, até por força da fraude que foi empreendida, será bem difícil que Haddad se recupere da sabotagem criminosa que, mais uma vez, a sua candidatura sofreu. Há quatro anos a situação política da esquerda estava bem melhor. Porém, engana-se quem acha que o prefeito não tem chance alguma. Ele pode até perder, mas terá tido chance de vencer apesar das fraudes dos grupos de mídia.

Na reta final, as pesquisas despirocaram. O Datafolha mostra Doria com 44% dos votos válidos. Russomanno e Haddad com 16%. Marta, 14%. Erundina, 5%. Já o Ibope mostrou Doria com 35% dos votos válidos. Russomanno obteve 23%. Marta, 19%. Haddad, 15%. Erundina, 5%.

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Na opinião deste blogueiro, os dois institutos manipularam seus números. O Ibope tratou de “segurar Haddad” e o Datafolha “soltou” o prefeito mas tentou fazer Dória vencer no primeiro turno. Os trackings dos partidos vinham mostrando Dória em primeiro com chance remota de vencer no primeiro turno, Haddad e Russomano colados e Marta na rabeira.

Porém, o que se sabe é que faz tempo que Haddad cresceu e os dois institutos não registraram esse crescimento. Segundo os institutos de pesquisa, a propaganda eleitoral na TV foi um desastre para Haddad. Todos cresceram, menos ele. Isso é absurdo. Não poderia ter acontecido. Deveria ter crescido pelo menos uns 5 pontos. Era a estimativa mais conservadora.

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Divulgar pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.

Acesse aqui a íntegra da resolução sobre pesquisas eleitorais para as eleições.

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Acesse aqui a página sobre pesquisas eleitorais nas Eleições 2016 disponível no portal do TSE.

As pesquisas supracitadas são esquisitíssimas. Não pode ficar tudo por isso mesmo. O prefeito Fernando Haddad passou a campanha eleitoral acusando os institutos de pesquisa e dizendo que só iriam liberar seu nome para crescer em intenções de voto à véspera da eleição.

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É imperativo que o prefeito ou alguém mais requeiram auditoria das pesquisas. Em 2010, este blogueiro conseguiuabrir investigação na Polícia Federal contra institutos de pesquisa, entre eles Datafolha e Ibope.

A sub-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau, à época, determinou que a Polícia Federal instaurasse inquérito para investigar suspeitas de fraude em pesquisas eleitorais realizadas pelos quatro principais institutos do país: Ibope, Datafolha, Vox Populi e Sensus.

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A instauração do inquérito atendeu a uma representação feita pela ONG Movimento dos Sem Mídia (MSM), no dia 24 de abril, com base nas denúncias de irregularidade em pesquisas para a eleição presidencial.

Na representação, o MSM relatou as diferenças nos resultados de pesquisas feitas por diferentes institutos em curto espaço de tempo. O principal exemplo foi a divergência entre a pesquisa divulgada pelo Sensus no dia 13 de abril, apontando empate técnico entre os pré-candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) e outra do Datafolha, publicada três dias depois, que mostrava uma vantagem entre 10 e 12 pontos percentuais para o tucano.

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As pesquisas supracitadas inserem-se nesse contexto. A diferença entre elas e a disparada de Haddad na reta final sugerem fraude. De novo. E fraude da grossa. Um crime contra a cidadania. Datafolha e Ibope têm que ser investigados imediatamente. A representação tem que ser feita semana que vem.

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