CPI-governadores, neo-poder na pandemia, sufoca Bolsonaro



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Encruzilhada bolsonarista

O novo ritmo político no Brasil começa a ser  dado por dois fatores: 1 – CPI do Genocídio e 2 – movimentação dos governadores em busca de vacina; ambos viram um só movimento; o presidente Bolsonaro, no epicentro, tem o que para oferecer? Nada, por enquanto; somente corre contra prejuízos que se acumulam; o que se vê no seu olhar de alucinado é o medo do que vem por aí e sobre o qual não  tem controle; está ao Deus dará; o STF acelerou os acontecimentos, tirando ele de sua posição de relativo conforto: 1 – determinou montagem da CPI, iniciativa do ministro Luís Barroso; tudo, a partir daí, ganhou velocidade; e, agora, 2 – a ministra Carmem Lúcia dá cinco dias para o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL), explicar porque está sentado em mais de 100 pedidos de impeachment do presidente.

Saia justa

A CPI desatou disputas políticas incontroláveis, depois desse xeque-mate do STF no Congresso; Lira passa ser alvo, não apenas de Carmem Lúcia, mas, também, do seu maior adversário em Alagoas: o senador Renan Calheiros(PMDB), relator da CPI do Genocídio; Renan, crítico de Bolsonaro e aliado de Lula, de um lado, e Arthur Lira, aliado do presidente, de outro, veem seu destino político dependente do andar da CPI; quanto mais for identificado com desastre sanitário impulsionado pelo negacionismo, mais Bolsonaro será atacado por Renan; a resposta de Lira será continuar ao lado do presidente desgastado e deixar Renan avançar no eleitorado alagoano, já com vista à eleição de 2022, ou se renderá à lógica politica eleitoral, para não se afundar, fugindo da impopularidade bolsonarista? Entre ambos, estará, certamente, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco(DEM-MG), tentado a faturar diante do novo cenário criado pelo STF; Pacheco, nesse sentido, como presidente do Senado, casa dos governadores, não terá outra alternativa senão alinhar-se a eles, para construir seu novo horizonte eleitoral; agindo, assim, criará arestas com Bolsonaro, em disputa aberta com os governadores; fica, portanto, cada vez mais claro alinhamento da CPI do Genocídio com os propósitos dos governadores, na tarefa de romper e punir o negacionismo bolsonarista que teima em ir contra os fatos.

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Voz discordante do general

A CPI aprofunda racha do governo; a declaração do vice-presidente general Mourão de que Bolsonaro errou em interromper o auxílio emergencial de R$  600, colocando a economia em situação de risco total, evidencia que a orientação neoliberal do ministro Paulo Guedes está com os dias contados; Mourão está vivamente incomodado com o desastre econômico expresso em mais de 14 milhões de desempregados, candidatos à fome, por falta de renda; cenário politicamente explosivo no ambiente do subconsumismo, contraditoriamente, inflacionário; a declaração do vice revela temor dos militares de que poderão, com o capitão presidente em debacle, ser expelidos do poder; as pesquisas são avisos preocupantes para eles; a decisão do STF de liberar Lula para disputar eleição de 2022, enquanto se esvazia a popularidade bolsonarista, acelera pânico nos quarteis; estes continuarão anti-lulistas ou solução de compromisso com ele? Entra na pauta urgência para mudar a política econômica neoliberal; caso contrário a bancarrota eleitoral irá se mostrando inevitável. O ritmo dos trabalhos da CPI vai mostrar ou não solidão política do presidente, à luz das pesquisas; estas negariam possibilidade de reeleição, que, até há pouco, era viável; o cálculo político dos  aliados bolsonaristas tende a mudar quanto mais a CPI e a movimentação dos governadores por vacinas, que Bolsonaro não providenciou, forem se sintonizando com população apavorada e angustiada diante do perigo de morte por falta delas.

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