CPI da Pandemia vai esclarecer as más escolhas do governo

Não há como retornar à normalidade e planejar o retorno de atividades econômicas, se não cobrarmos ações efetivas pelo funcionamento da saúde pública, pela vacinação em massa e do bem estar da população que já estão com atraso de um ano. Não podemos tempo, e o mais importante, não podemos perder mais vidas



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Estamos em um momento crítico da pandemia, com leitos de hospitais lotados, fila de espera por vaga em UTI’s; profissionais da saúde esgotados, falta de medicamentos como o “kit intubação”; baixo estoque de oxigênio em milhares de municípios e falta de uma coordenação nacional para superar a crise da pandemia de Covid-19 no Brasil, que já completa mais de um ano. Ao mesmo tempo, até o último sábado (10), um balanço da vacinação contra Covid-19 apontava que 23.077.025 pessoas já tinham recebido primeira dose de vacina contra vírus, o que representa 10,9% da população brasileira. A segunda dose foi aplicada em 6.978.834 pessoas, em todos os estados e no Distrito Federal, 3,3% da população do país. No total, 30.055.859 doses foram aplicadas em todo o país. 

Por que tantas informações e números tão desfavoráveis no enfrentamento do coronavírus e seus impactos no nosso país? É isso que a população tenta entender e organizações, entidades e lideranças cobram de quem devia tomar decisões e proteger o Brasil do caos que estamos passando. Ao determinar que fosse instalada a CPI para apurar e avaliar ações e omissões do governo durante a pandemia, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que o Poder Legislativo pudesse exercer seu papel de fiscalizador de tudo que foi realizado e aquilo que deixou de ser feito.

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Sabemos e conhecemos os efeitos devastadores do coronavírus, e por isso mesmo, temos votado no Congresso Nacional medidas emergenciais para enfrentá-lo e dando caminhos legais e orçamentários, como o “Orçamento de Guerra”, para que o Poder Executivo fizesse a sua parte. No entanto, após um ano de pandemia no país, vemos um cenário pior e de mais sofrimento, principalmente para a população mais pobre.

Queremos respostas sobre o colapso visto em Manaus, sobre a inoperância do Ministério da Saúde na aquisição de vacinas, com criação de crises diplomáticas que atrapalharam as negociações de compra de imunizantes, e o porquê da defesa de medicamentos e métodos de tratamento de combate a doença sem qualquer comprovação científica. 

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O país registra atrasos no cronograma de vacinas, que agora terá mais uma dificuldade em ser acompanhado, por que simplesmente o Ministério da Saúde decidiu que não irá mais divulgar o cronograma mensal de entrega das doses de vacinas para Covid-19. E mais uma vez, se isenta da responsabilidade, transferindo o dever de resposta para os fabricantes. Pela previsão de fevereiro, o Brasil distribuiria 68 milhões de imunizantes até março, mas foram entregues 45,2 milhões de doses.

Além disso, devem ser explicadas as falhas com a parcela da população mais vulnerável nesse período de pandemia e de medidas restritivas, no qual o Estado deveria zelar pela sobrevivência daqueles que não podem se cuidar sozinhos. Lutamos para manter o auxílio emergencial no valor de R$ 600 e fomos derrotados pela base do governo no Congresso Nacional, reduzindo o benefício para valores que variam de R$ 150 a R$ 375, ignorando que chegamos ainda em dezembro do ano passado ao triste número de 19 milhões de pessoas passando fome no Brasil.

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Todas essas questões que devem ser abordadas na CPI são de saúde pública e são de sobrevivência. Ultrapassamos mais de 350 mil óbitos e tanto nós parlamentares quanto essas famílias que perderam vidas de seus parentes querem e têm o direito de entender o que foi feito para que o Brasil chegasse a esse patamar. 

Não há como retornar à normalidade e planejar o retorno de atividades econômicas, se não cobrarmos ações efetivas pelo funcionamento da saúde pública, pela vacinação em massa e do bem estar da população que já estão com atraso de um ano. Não podemos tempo, e o mais importante, não podemos perder mais vidas.

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