"Coxinhas" serão elementos essenciais nas futuras decisões políticas

Temos uma divisão profunda da sociedade brasileira, revelando uma fissura sem precedentes que, por algum caminho, terá de ser recosturada. Nossa alternativa é justamente alguma forma de articulação de interesses comuns para evitar a tragédia de convulsões sociais ou mesmo de uma guerra civil que agravem ainda mais a situação de derretimento geral das instituições republicanas

Temos uma divisão profunda da sociedade brasileira, revelando uma fissura sem precedentes que, por algum caminho, terá de ser recosturada. Nossa alternativa é justamente alguma forma de articulação de interesses comuns para evitar a tragédia de convulsões sociais ou mesmo de uma guerra civil que agravem ainda mais a situação de derretimento geral das instituições republicanas
Temos uma divisão profunda da sociedade brasileira, revelando uma fissura sem precedentes que, por algum caminho, terá de ser recosturada. Nossa alternativa é justamente alguma forma de articulação de interesses comuns para evitar a tragédia de convulsões sociais ou mesmo de uma guerra civil que agravem ainda mais a situação de derretimento geral das instituições republicanas (Foto: Jose Carlos de Assis)


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É preciso ter paciência com artistas e pessoal da área cultural que assumem uma identidade anti-progressista ou neoliberal. A idéia de que são “coxinhas” empedernidos é um equívoco. Eles apenas refletem um sentimento comum que foi muito bem descrito por Marx com a afirmação de que “a ideologia de uma sociedade é a ideologia da classe dominante”. Contra essa situação só há dois remédios. Primeiro, pela práxis junto à classe dominada. Segundo, pelo exercício da crítica, quando se nega dialeticamente a ideologia dominante.

O estamento cultural brasileiro, como a sociedade em geral, é vítima de um bombardeamento permanente das fórmulas ideológicas da classe dominante, sejam os grandes jornais, seja a televisão monopolista. No campo da economia política isso é mais grave, pois os fatores básicos da  exploração da parte dominada da sociedade ficam  obscurecidos pela manipulação midiático, da qual escapam apenas os especialistas e os críticos. Diante disso, como culpar os artistas pela incompreensão do processo político?

Essas reflexões me ocorreram no improvável ambiente de uma reunião com jovens do movimento Mídia Ninja em Brasília. Para minha surpresa, uma garota que tinha não mais que uns 18 anos tomou a palavra para advertir os colegas de que deveriam, todos, procurar se entender com os “coxinhas”, pois se não conversassem com eles não seria possível encontrar um campo comum de construção política. Numa garota daquela idade isso era absolutamente surpreendente. Na verdade, era um sinal positivo para superação da crise brasileira.

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Temos uma  divisão profunda da sociedade brasileira, revelando uma fissura sem precedentes que, por algum caminho, terá de ser recosturada. Nossa alternativa é justamente alguma forma de articulação de interesses comuns para evitar a tragédia de convulsões sociais ou mesmo de uma guerra civil que agravem ainda mais a situação de derretimento geral das instituições republicanas e da própria sociedade. Diante disso, forças políticas responsáveis devem ser reunidas no sentido de um grande acordo nacional para superação da crise.

Claro que há grandes riscos à frente. Em primeiro lugar o de uma campanha presidencial comandada por oportunistas e demagogos, inconscientes da própria gravidade da situação. É muito difícil pedir responsabilidade política de seres coletivos, mas a sociedade terá de escolher sabiamente entre candidatos seus preferidos antes mesmo da eleição. Não há dúvida de que, seja pela eleição presidencial, seja pela renovação do Congresso, esta será a mais importante eleição da nossa história. Espera-se que o TRE não atrapalhe. 

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