Corrupção: denúncia contra Milton Ribeiro e Bolsonaro deve ser investigada com rigor

Somente uma parte do áudio vazado, já seria suficiente para demissão sumária do ministro e instauração imediata de inquérito para investigar a grave denúncia

Milton Ribeiro
Milton Ribeiro (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)


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O jornal O Estado de S. Paulo publicou na sexta-feira (18) uma gravíssima denúncia de utilização de verbas do Ministério da Educação (MEC) para beneficiar aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro.

No dia seguinte foi a vez da Folha de S.Paulo divulgar o conteúdo de um áudio que vazou com o ministro da Educação, Milton Ribeiro afirmando que “a minha prioridade é atender os primeiros municípios que mais precisam” – demagogia barata – “e, em segundo lugar atender a todos que são amigos do pastor Gilmar”. E prossegue: “Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”. Trata-se dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, dirigentes da Convenção Nacional de Igrejas de Assembleia de Deus no Brasil Cristo para Todos.

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Somente essa parte do áudio vazado, já seria suficiente para demissão sumária do ministro e instauração imediata de inquérito policial para investigar a grave denúncia. Segundo o Estadão, o MEC já destinou R$ 9,7 milhões para esse esquema.

Fica claro que os doutrinadores sempre foram eles e não as mais de 2,5 milhões de professoras e professores espalhados pelo país, como disseram os defensores da Escola Sem Partido.

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Para além de um esquema eleitoreiro, a criação de um gabinete paralelo no MEC com poder de destinação de verbas é algo jamais visto na história do país. Nem a ditadura militar (1964-1985) chegou a esse tipo de crime.

Então, os cortes promovidos nos investimentos em bolsas de estudos para pesquisas e desenvolvimento da ciência, cortes nas verbas das universidades federais, que estão à míngua, cortes na educação básica e a sumária tentativa de barrar qualquer reajuste no Piso Salarial Nacional dos Professores nunca foi por causa da crise econômica, mas sim para ter dinheiro a ser distribuído aos amigos e cabos eleitorais.

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As escolas estão praticamente abandonadas pelo Estado. Os profissionais da educação têm que se virar e, muitas vezes, comprar equipamentos necessários para as aulas do próprio bolso. E os salários são aviltantes. Estão entre os piores do mundo.

Lembrando que a primeira presidenta da República eleita no país, Dilma Rousseff foi deposta em 2016 pelas tais “pedaladas fiscais”. Triste rever a história recente do país em que setores da sociedade se deixaram manipular para a elite da rapina destruir o país.

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O Ministério Público Federal tem obrigação de investigar essa denúncia contra o ministro, terrivelmente evangélico, Milton Ribeiro, que envolve diretamente o presidente da República. A oposição já protocolou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). O Brasil espera investigação rigorosa e rápida. O país precisa de uma resposta urgente e um freio aos desmandos do atual governo.

Afinal, a educação é um dos principais pilares para o desenvolvimento nacional autônomo, livre, com respeito à soberania da nação. O MEC enfrenta a pior crise de sua existência. Com certeza, as professoras e professores, os estudantes e a sociedade civil organizada não cruzarão os braços. Porque se a lei é para todos, ninguém está acima dela.

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Neste ano eleitoral precisamos colocar o país nos trilhos do desenvolvimento, da liberdade, do respeito à vida e ao conhecimento. Precisamos retomar e melhorar os investimentos em educação. O Brasil precisa, o povo brasileiro merece.

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