Coronel Mauro Cid, a mais completa tradução do Exército Brasileiro

Mauro Cid
Mauro Cid (Foto: Reprodução)


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Dia sim, dia não, uma nova conversa envolvendo o coronel Mauro Cid e algum outro personagem daquele séquito sombrio que servia o ex-presidente Jair Bolsonaro é revelada.

A Polícia Federal já sabe muito mais do que deixa vazar à imprensa por conta-gotas. E tudo o que já foi vazado é muito revelador dos crimes que se cometia dentro do Palácio do Planalto.

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Falta ainda vazar algum diálogo envolvendo Bolsonaro que possa comprometê-lo e servir para um pedido de prisão preventiva, mas isso não significa que a PF ainda não tenha essas informações em mãos. Talvez ainda não seja a hora de revelá-las ou ainda se aguarda por maior robustez.

Mauro Cid é filho de um general da reserva orgulhoso de sua patente e com grande influência dentro do exército.

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O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, uma espécie de faz-tudo, vinha desde muito cedo sendo preparado para galgar postos dentro da instituição e chegar à patente mais alta e, quiçá, um dia, a comandante do exército brasileiro. Méritos não lhe faltaram ao longo de sua carreira, tida como brilhante, o que o catapultou à ajudança de ordens do presidente.

Mas Mauro Cid, no cego cumprimento do dever, não ousou criticar ou desobedecer a sequer uma ordem errada ou imprópria de seu chefe. Meu pai, que também foi militar, sempre dizia que ordens erradas não se cumpre. O exemplo que sempre dava era o de Adolf Eichmann, responsável por enviar judeus para os guetos e campos de extermínio durante a 2ª Grande Guerra. Eichmann, durante o julgamento de Nuremberg, que apurou os crimes de guerra praticados pelos nazistas, afirmou que era inocente porque, como bom soldado, somente cumpria ordens. A banalidade do mal.

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No caso das joias e da falsificação de cartões de vacina, casos claros de crimes contra a administração pública, não haveria punição por parte do exército, caso o coronel decidisse descumprir ordens de seu chefe.

Cid reluta em entregar o ex-presidente e, por força do sentimento de hierarquia que mantém, procurará até o fim das investigações, assumir toda a responsabilidade pelos crimes cometidos.

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O exército, uma vez admitida a culpa pelos crimes, não poderá mantê-lo em suas fileiras. Mauro Cid, além de ser condenado e preso, verá destruída sua carreira militar, para desgosto de seu pai.

Caso o ex-ajudante de ordens revele que cumpria as ordens de Bolsonaro, é possível que a instituição, por puro corporativismo, não reconheça seus crimes, mas a justiça comum, que é por onde tramitam as investigações, haverá de condená-lo.

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Além disso, o fato de terem sido apreendidos em sua casa quase 200 mil reais em dinheiro vivo, gerará uma investigação acerca da procedência dessa quantia que pode desembocar em um esquema de desvio de dinheiro público.

O que pode estar passando pela cabeça de Mauro Cid neste momento é a tentativa de manter o pensamento o mais racional possível para uma redução de danos, pois é certo que ele, entregando ou não Bolsonaro, já pode se considerar condenado.

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Neste sentido, o mais lógico seria buscar uma delação premiada, mas o depoimento de sua esposa à PF, que o responsabilizou por tudo, jogou um balde de água fria nessa possibilidade.

É notório que Bolsonaro fará de tudo para não ser responsabilizado e preso, por isso, não é indevido imaginar do que ele lançará mão para evitar isso.

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O depoimento de Gabriela Cid surpreendeu a todos e agora especula-se sobre seus motivos.

Há a segurança de uma família a ser considerada e para isso, qualquer mãe ou pai faria qualquer sacrifício.

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