Corona, boia de salvação do Paulo Guedes
Guedes tentará colocar todos os problemas da economia brasileira na conta do coronavírus
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A apreensão da sociedade brasileira em relação à pandemia do COVID-19 aumenta em proporção assustadora. E não é diferente na maior parte do mundo. O medo de ser contagiado pelo chamado “coronavírus” é compreensivo, mas outro pavor vem dos que ficam observando e imaginando o que pode acontecer com a economia, com impactos severos nos mais diversos setores, com óbvias diferenças entre os países e continentes. Muito mais pessoas serão afetadas pelas consequências econômicas do que infectadas pelo vírus.
Os governos já se mobilizam para buscar assegurar investimentos ou, ao menos, liquidez para suas economias. Bancos Centrais já anunciam redução de juros básicos e novas linhas de crédito para tentar compensar as perdas.
O Brasil ainda não chegou ao momento de rápida expansão do número de infectados, mas diversas atividades culturais e esportivas já perdem público, enquanto outras suspendem suas atividades, por iniciativa própria, ou pela ação governamental, como fez o governador do DF.
Imaginem o impacto desse quadro para cantinas escolares, lanchonetes e restaurantes próximos, entre outras atividades dependentes, por exemplo, das redes de escolas públicas e privadas. Ou o impacto no turismo, atingindo agências, empresas aéreas e de hotelaria. O petróleo deu o tom da confusão, ampliada pelos desentendimentos entre Rússia e Arábia Saudita.
Petróleo barato pode parecer uma boa notícia, mas quebra algumas petroleiras e suas fornecedoras, inclusive as do petróleo de xisto dos Estados Unidos. E, no caso do Brasil, reduz os royalties que ajudam a pagar salários e outras despesas de estados e municípios produtores.
Mas e o Guedes, ministro super poderoso do governo Capiroto?
Mostra-se confuso, inseguro, incapaz de formular algo que pareça com um plano. Anuncia a criação de uma comissão no ministério para acompanhar a crise. Ahn?
Como é? Ora, o Ministério tem na sua estrutura departamentos e secretarias que já fazem isso no dia-a-dia, ou deveriam fazer.
Anuncia a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas. Ou seja, não é dinheiro novo, é dinheiro que deveria ser pago em agosto e que pode ser pago em abril.
Pelo visto, eles prosseguirão reféns das limitações orçamentárias, como se isso fosse um mandamento irremovível, mesmo diante do fato novo, de grave impacto.
Mas, pelo discurso, ao que tudo indica, Guedes tentará colocar todos os problemas da economia brasileira na conta do coronavírus.
Quer aproveitar a confusão e a leniência da mídia que compartilha de suas asneiras liberais para dizer que o desemprego alto, a informalidade assassina, a insuficiência orçamentária, tudo é problema do vírus.
Em 2008, o mundo enfrentou uma grave crise financeira. O então presidente, Lula, foi à TV, em rede nacional, para dizer que o Brasil estava preparado para vencer a crise. Anunciou a atuação do Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES, Petrobrás e dos ministérios para fazer que se chama de “ação anticíclica”. Falou que o tsunami chegaria ao Brasil como uma marolinha. Foi esculhambado pela mídia e pela oposição. O então pré-candidato à sucessão de Lula, José Serra, dizia que era uma irresponsabilidade. E Lula foi em frente, correu riscos, convenceu o povo brasileiro a manter o otimismo. Tinha, e tem, credibilidade.
Portanto, é preciso dizer claramente que a situação da economia brasileira é consequência da fé cega e tola de Guedes e equipe nos dogmas ultraliberais que levam povos e nações à ruína. Eles defendem que o mercado é mais importante do que a política e a cidadania. E nós reafirmamos que o mercado é irracional e não tem compromisso nem com a democracia nem com a soberania nacional.
Na hora do pânico, correm desembestados em busca de refúgio no ouro ou nos títulos do tesouro americano. Salve-se quem puder, como diz o povo.
O Brasil pode sair dessa crise de joelhos ou com uma nova chance. Mas, para isso, não podemos contar nem com o patético Guedes, nem com seu presidente, o Capiroto.
A pergunta que resta é: existem lideranças políticas, empresariais e sindicais capazes de formular um novo acordo para salvar empregos e retomar o desenvolvimento?
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