Contra criminosos fascistas, os rigores da Lei e da Democracia
"Daniel Silveira não está só nesse circo de horrores. Ele tem seguidores e tem tutores", diz o jornalista Gilvandro Filho
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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia
Há que se cumprir a Lei, pois vivemos em uma Democracia e não nos cabe outro comportamento que não seja defendê-la. Dessa forma, respeitemos o jogo democrático e aceitemos o fato de o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) não ter sido preso tão logo o Supremo Tribunal Federal decidiu condená-lo a mais de oito anos de prisão e determinar a perda do mandato do inadequado parlamentar. Moralmente, já deveria estar trancafiado na cadeia.
Daniel Silveira tem direito a recorrer ao próprio STF e em liberdade. Só após perder o recurso, as penas terão que ser efetivamente cumpridas. Tenhamos, portanto, democrática paciência para aguentar um pouco mais o deputado e seu fascismo crônico sassaricando pelas ruas e pelo parlamento.
Usemos com figuras nefastas e nocivas como Daniel Silveira os instrumentos legítimos da mesma Democracia que ele luta, diuturnamente, para exterminar através de ataques aos poderes da República, ataques que compõem a base do seu discurso criminoso. Discurso e prática que agora perdem espaço com o julgamento histórico e exemplar do STF.
A decisão da Corte, ao acompanhar, em ampla maioria, o voto do relator Alexandre Moraes, servirá de alerta a outros facínoras cívicos da estirpe do parlamentar carioca. E não foi uma maioria qualquer. Contra o voto do relator, mesmo, teve apenas um ministro, Nunes Marques, um dos membros do STF nomeados pelo atual presidente da República – e escolhido para fazer justamente o que fez na sessão de ontem (20.04).
Vale destacar, com louvor, que o outro nomeado no governo atual é o seu ex-ministro da Justiça, aquele tachado de “terrivelmente evangélico” pelo presidente. André Mendonça até defendeu uma pena menor, mas votou com a condenação. E já colhe os frutos amargos de seu voto. Bolsonaristas que esperavam ver em Mendonça a mesma docilidade e a mesma “gratidão” de Nunes Marques já o escolheram para alvo da vez.
Não esqueçamos de que os crimes que levaram o Supremo a condenar Silveira têm como raiz o ranço ideológico e o discurso de ódio que fluem dos esgotos do Palácio do Planalto. Essência que tem base lá atrás, no crescimento do movimento que acelerou o neofascismo tupiniquim, que deu um golpe na própria Democracia ao tirar de cena um governo eleito legitimamente e, do cargo, uma presidente da República decente e honesta, que botou no comando da Nação um presidente despreparado, preconceituoso, mentiroso e ideologicamente comprometido com um movimento muito mais amplo de extrema direita.
Daniel Silveira não está só nesse circo de horrores. Ele tem seguidores e tem tutores. Contra todos esses criminosos, as armas da Democracia. A começar pelo voto direto e secreto. E com urnas eletrônicas, naturalmente.
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