Contra a retirada de direitos trabalhistas, somente a politização dos trabalhadores

Nos 13 anos dos governos Lula e Dilma, os vigilantes nunca ficaram sem reajustes anuais, sendo que os índices sempre foram acima da inflação. Como agora temos um governo golpista, vemos a situação caótica que os trabalhadores vivem

vigilantes
vigilantes (Foto: Chico Vigilante)


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O analfabeto político

O pior analfabeto, é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha
Do aluguel, do sapato e do remédio
Depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que
Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil,
Que da sua ignorância nasce a prostituta,
O menor abandonado,
O assaltante e o pior de todos os bandidos
Que é o político vigarista,
Pilantra, o corrupto e o espoliador
Das empresas nacionais e multinacionais.

Bertolt Brecht

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Estamos vivendo uma situação muito grave que atinge a classe dos trabalhadores brasileiros, nesse momento.

E o retrato claro disso é a situação dos vigilantes no Distrito Federal, cuja data-base dos vigilantes é 1º de janeiro. Desde outubro do ano passado, o Sindicato dos Vigilantes encaminhou a pauta de negociações em outubro, após a realização de assembleia da categoria no mês de setembro.

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Inicialmente, os empresários não quiseram negociar, pois, a proposta era retirar todos os direitos. Assim posto, os vigilantes, por meio do sindicato, se mantiveram firmes em suas posições e não aceitaram a retirada de direitos.

Somente no Ministério Público foram realizadas cerca de 15 reuniões. Mais recentemente, foram realizadas três audiências conciliatórias no Tribunal Regional do Trabalho. Também durante esse período de negociação, os vigilantes decretaram uma greve que durou o período de 48 horas. Houve uma determinação do presidente do Tribunal Regional do Trabalho para que os vigilantes retornassem ao trabalho sob pena de multa de R$ 100 mil reais por dia e também podendo ensejar demissões por justa-causa. Saíram 5 interditos proibitórios, proibindo os piquetes grevistas nas cercanias dos ambientes de trabalho.

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Por que trago à tona esse caso?

Porque isso tudo está acontecendo devido ao clima de retiradas de direitos que somente um governo golpista é capaz de fazer.

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Pode-se verificar que, nos treze anos dos governos Lula e Dilma, os vigilantes nunca ficaram sem reajustes anuais, sendo que os índices sempre foram acima da inflação. Também tivemos conquistas fundamentais como, por exemplo, o colete à prova de bala; a unificação da Carteira Nacional dos Vigilantes; o adicional do risco de vida para a categoria, que representa um acréscimo de 30% na remuneração; dentre outras vantagens que nós conquistamos com um governo voltado para os trabalhadores.

Como agora temos um governo golpista, vemos a situação caótica que os trabalhadores vivem.

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Assim como os vigilantes, essa é a realidade dos trabalhadores no Brasil. Em que uma categoria, como a dos professores que, aqui em Brasília, não consegue nem negociação por reajuste e tampouco pelo pagamento de reajustes concedidos em lei com o governo local. Também no DF, os rodoviários ameaçam entrar em greve porque os empresários não querem negociação.

Os mais grave, no entanto, é que há muitos trabalhadores despolitizados que põem a culpa da situação difícil nos sindicatos. Não culpam a justiça do trabalho, nem os patrões e nem no governo. Colocam a culpa nos trabalhadores, o que é lastimável.

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Fica inevitável não realizar uma analogia com o poema de Bertolt Brecht, transcrito acima, a respeito do analfabeto político:

- O trabalhador despolitizado não consegue perceber que a atual situação caótica é culpa de uma política desastrada de um governo golpista cujo principal objetivo é a retirada dos direitos dos trabalhadores.

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