Construção de uma cilada política e a forma como se pode superá-la

A retirada de Jair Bolsonaro da campanha presidencial, seja por uma recuperação prolongada dos ferimentos, seja eventualmente por morte, levou a uma situação potencialmente caótica no país. O general Mourão já se antecipou na intenção de assumir o lugar do líder da extrema-direita. Não há força política capaz de impedi-lo

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A retirada de Jair Bolsonaro da campanha presidencial, seja por uma recuperação prolongada dos ferimentos, seja eventualmente por morte, levou a uma situação potencialmente caótica no país. O general Mourão já se antecipou na intenção de assumir o lugar do líder da extrema-direita. Não há força política capaz de impedi-lo. Ele  está plenamente investido das funções extremistas que Bolsonaro queria para si.

Ele pode ganhar ou pode perder. Nesse jogo não há empate. Vamos assumir hipótese mais branda de que ele perca. Perderá para quem? Descartemos Marina, Álvaro, o próprio Alkmin, que são  inviáveis. Restará Ciro. Contudo, seria Ciro o líder de que o Brasil precisa no momento? Ciro terá vencido com o apoio do PT, ainda a força político-eleitoral mais relevante do país. Ele será capaz de costurar essa aliança? Ou o PT, como no passado, votará nulo.

Na verdade, o pressuposto para que o general Mourão, substituto integral de Bolsonaro, perca a eleição é que Lula/Hadad ganhe. Alguém aí na arquibancada pode supor uma situação mais explosiva do ponto de vista social e político? Hadad derrotando Mourão! Será que a maioria da sociedade ficaria indiferente a tudo que se disse de mal sobre o PT nos últimos 12 anos, com ou seu razão, ao ponto de reconduzi-lo ao poder contra um general?

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Acabo de fazer 70 anos. É tempo demais para ser idiota. Votei sem arrependimento em Lula todas as vezes em que ele se apresentou como candidato, e fiz o mesmo  com Dilma. Defendi-a do impeachment pois não havia crime de responsabilidade. Entretanto, só um estúpido pode concordar com essa estratégia esdrúxula do PT pela qual, sem mencionar sequer uma vez o termo auto-crítica, se colocou como objetivo viável ganhar a eleição.

Estamos diante de uma situação em que todas as instituições da República estão estraçalhadas,  e o velho PT, nunca tendo (com razão) acreditado nelas, passou a acreditar justamente no momento em que só existem na cabeça da ex-presidente do Supremo,  Cármen Lúcia, segundo a qual “todas as instituições da República estão funcionando”. Pobre PT, trabalha com extremo afinco para salvar parte da bancada e levar um golpe militar pela cara!

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Vejamos a outra alternativa: o general Mourão ganha a Presidência. Você pode imaginar situação mais explosiva? A economia, a sociedade, as instituições civis, tudo reflete um conflito generalizado que decorre de uma terrível depressão herdada dessas figura patética de Henrique Meirelles, uma arrematado ignorante de economia a que o Sr. Lula, com medo da direita, entregou primeiro o Banco Central e depois o Ministério da Fazenda.

Como funcionaria na Presidência um militar de alta-patente que não teve qualquer experiência na condução de negócios e relações sociais no mundo civil? Primeiro, como funciona um general típico: ele emite comandos, exige disciplina, chefia homens como se chefiam máquinas. A ordem flui de cima para baixo e não pode ser contestada. Se for contestada, é toda a estrutura das Forças Armadas que acaba ruindo.

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Mas não seria o caso de Mourão ser, por exemplo, igual ao presidente Castello Branco, que assumiu o poder depois do golpe em 64? Os cientistas políticos deveriam parar de denegrir o golpe de 64 e contextualizá-lo na Guerra Fria. Não vou fazer isso agora, apenas direi que o golpe de 64, em lugar de desorganizar, reorganizou o Estado, que a partir de então,  embora sob autoritarismo, construiu uma tremenda expansão social e econômica.

No contexto atual, tudo o que o general Mourão poderá oferecer à sociedade brasileira é sua concepção de disciplina militar e preconceitos políticos. Ele não passará pela fase de Castello Branco; saltará diretamente para a de Médici, esta caracterizada pelo AI-5, por prisões arbitrária, por assassinatos de opositores e pela tortura. Ele não sabe fazer outra coisa. De um ponto de vista estrito, talvez preservar a vida de Bolsonaro será uma alternativa melhor. Mas há um lado positivo do general Mourão do qual falarei amanhã.

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Acaso não há saída? Há sim. Estou como pregando num quase deserto, insistindo com as pessoas de minhas relações para concentrarem esforço eleitoral na eleição de uma maioria progressista no Congresso. É a forma única de salvar o país da derrocada, inclusive de um impasse mortal entre Mourão e PT, ou Mourão e Ciro. Em qualquer circunstância, uma maioria parlamentar poderá limpar o Congresso, e limpar as demais instituições republicanas.

Para quem se mostrar interessado, nossa estratégia via Movimento de Democratização do Congresso Nacional está exposta no site frentepelasoberania.com.br O site exibe nomes e votos de todos os vendilhões da Nação no período Temer,  e os que se opuseram a ele também em termos de voto. Indica,  por sua vez ,um Decálogo de Princípios a ser subscrito por todos os candidatos a deputado federal que viermos a apoiar. Se quiserem, ajudem na viralização do site, no qual escrevo todos os dias, assim como neste blog.

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