Conservadorismo fascista libera seus demônios usando o nome de Deus

"O Brasil mais uma vez em sua história encontra-se entre a civilização e a barbárie. Nunca se exigiu tanto das forças democráticas. É preciso que a cidadania brasileira monte uma nova campanha das diretas. Tão ampla quanto aquela. Qualquer vacilação nesse momento pode ser a chave que jogará a democracia brasileira no mais fundo cadafalso"

(Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução/Twitter)


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O fascismo brasileiro agrupado em segmentos anódinos e chamados de conservadorismo e de defesa da pátria e da família, mostra suas garras. Nas redes sociais esses setores destilam ódio e preconceito com uma virulência própria de determinadas anomalias mentais.

Comportamento típico desses setores a sociopatia é um traço determinante de suas ações: ausência de empatia, desprezo pelas normas sociais, apego a mitomania e tendência a atos de violência.

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Outro traço marcante é o ciúme doentio e o domínio abusivo do outro. Não atoa a quantidade de “cidadãos do bem” cometendo atos de agressão às mulheres e até o feminicídio. O apego desmedido à lógica da propriedade como um valor para si, os levam a desconsiderar os mais comezinhos direitos da cidadania. Aí se encontram o ódio destilado pelo bolsonarismo aos indígenas brasileiros. A lealdade extremada também é um sintoma da sociopatia, pode vir daí o “culto” ao “mito”, encarnado como o novo “redentor da nação”.

É indubitável, que vigaristas e aproveitadores de todos os matizes buscam surfar nessa onda conservadora. Surge como porta-vozes além dos conhecidos caçadores de likes e de monetização de redes, alguns “líderes” do neopententacostalismo religioso. Há muito, esses ditos líderes se esqueceram da parábola de São Paulo: “No início era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, trocando-a na prática pelo “O início era a Verba, e a Verba estava com Bolsonaro, a Verba era Bolsonaro.

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A pregação anti-ciência, subestimando a letalidade do vírus da Covid 19; a rejeição ao uso de máscaras e de distanciamento social; a demora na aquisição de vacinas; a enganação por meios de tratamentos precoces e ineficazes; a enganação da boa fé alheia com curas milagrosas por meios de feijões, “águas bentas” e outras crendices compõe o cenário macabro que nos levou perto de 600 mil mortos.

Ao denominar a Covid 19 como uma gripezinha e por jactar-se em ter um histórico militar, o presidente ao se considerar praticamente imune, não colaborou no esforço nacional e internacional para a contenção do vírus, agindo na prática como um agente estimulador do contágio.

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A necessidade visceral em demonstrarem-se como cidadãos de bem, demonstra a insegurança e a estupidez que grassa nas hostes do fascismo à brasileira.

O apego às armas e o estímulo ao justiçamento individual, além de um desprezo às leis vigentes, libera o instinto violento. Faz surgir o desejo de “resolver” as questões de ego na base da força bruta.

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A quantidade de indivíduos que pregam a rejeição aos LGBTs, aumentam. Os episódios de racismo proliferam.

O desapego desses setores à democracia e o brado por uma “solução de força”, nada mais é do que desejo incontido de aceitar as diferenças. Chegam até a pregar uma “reorganização” da vida nacional.

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Os elementos de inveja, medo, ansiedade, mau-caratismo, exclusivismo, elitismo e desprezo pelo diferente integram o mosaico comportamental dessa gente.

A presença em massa da parte mais violenta dos organismos policiais e dos saudosistas da ditadura dentro e fora da caserna nos movimentos abertamente desafiadores das instituições republicanas é um elemento sinalizador.

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Propalando um apego à liberdade de expressão pervertem o sentido da palavra: o que querem na verdade, é o “direito” de atacar os poderes construídos pregando inclusive sua dissolução. Querem um salvo conduto para derrogar as conquistas civilizatórias advogando um terraplanismo de quinta categoria.

Recentemente realizaram em Brasília, um seminário intitulado CPAC – autodenominado o maior evento conservador do mundo, cujo convidado principal foi o filho do indefectível Donald Trump e tendo o vigarista Steve Bannon como impulsionador. De tudo e por tudo, querem transformar suas manifestações de rua nas antigas “ marchas da família, com Deus pela Liberdade”, que deram substância de massa para o criminoso e malfadado golpe civil-militar de 1964.

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Agem no mesmo estilo dos chamados “camisas Verdes” do integralismo de inspiração nazi-fascista de Plínio Salgado que atuaram em solo pátrio até 1938 - Aliás os “Camisas verdes” eram chamados á época de “galinhas verdes” pela população nas do Rio e de São Paulo- Galvanizando em sua maioria velhos das classes médias, brancos e homens. Agregam também em seu interior mulheres também de faixa etária elevada. A presença de jovens é pequena. Assim como a presença de negros e pardos.

Guardam similaridade com as marchas dos supremacistas brancos dos Estados Unidos e dos defensores do fuzil paratodos.

A forma como muitos deles se pronunciam nas redes sociais e denotam profundo desprezo aos indígenas e suas pautas. Negam o desmatamento e o roubo de madeiras na Amazônia, bem como apoiam o garimpo nas terras indígenas.

Adeptos da disseminação do ódio, transcendem todos limites da convivência entre cidadãos, desconsiderando e até desprezando o direito do outro. É a transmutação da “Banalidade do Mal. Apontado por Hannah Arendt. É a clarificação de que “O ódio nunca pode ser bom”, de Spinoza.

Penso que a pregação do ódio é uma espécie de “sal da vida” do movimento Trump-bolsonarista. “Eles precisam do ódio não apenas para manter a prontidão desejada para a mobilização; não apenas para canalizar o desespero humano, as frustrações, a desesperança e a agressividade acumulada em direção a outros e, portanto, transformá-los em uma arma”. Dizia em 1977, a propósito da disseminação do ódio, o

professor Leszek Kolakowski. Intelectual insuspeito, o polonês se dizia antifascista, antinazista e anticomunista.

Sete de setembro, um marco do golpismo

A participação do presidente da república, cercado de pastores evangélicos na av. Paulista demonstrou cabalmente seu viés fundamentalista. Ao atentar contra a Constituição; pregar contra o descumprimento de ordens judiciais; ofender com palavras de baixo calão ministros do STF; insuflar seus radicais contra o sistema eleitoral, (sistema que o elegeu 8 vezes): pregar a destituição da Suprema Corte, entre outros desvarios é a prova que Bolsonaro (como já dizíamos) não está à altura do cargo que ocupa.

O Brasil mais uma vez em sua história encontra-se entre a civilização e a barbárie. Nunca se exigiu tanto das forças democráticas. É preciso que a cidadania brasileira monte uma nova campanha das diretas. Tão ampla quanto aquela. Qualquer vacilação nesse momento pode ser a chave que jogará a democracia brasileira no mais fundo cadafalso.

Exige-se de todas e de todos os democratas uma reação firme e objetiva sem exclusivismos míopes.

Não adianta querer jogar em 2022 se o campeonato acabar antes.

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