Comunistas no Brasil, uma história de luta pela afirmação de uma corrente revolucionária

Está no prelo meu novo livro, escrito em coautoria com o jornalista Wevergton Brito

Foto histórica dos fundadores do Partido Comunista, 25 de março de 1922
Foto histórica dos fundadores do Partido Comunista, 25 de março de 1922 (Foto: Reprodução)


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José Reinaldo Carvalho, 247 - Em parceria com o jornalista Wevergton Brito, camarada de tantas jornadas de lutas políticas e ideológicas em veículos de comunicação do PCdoB e nas lides internacionalistas, estamos lançando pela Editora Kotter o livro Comunistas no Brasil – Um partido centenário para um novo tempo, uma singela contribuição que se soma a outras tantas neste ano em que transcorre o centésimo aniversário da fundação do Partido Comunista do Brasil, uma efeméride incontornável não só para os comunistas, mas para todos os progressistas que almejam a democracia popular, a genuína soberania nacional e o socialismo em nosso país. O livro está no prelo, já em pré-venda, e deverá circular em setembro.

Nosso propósito é responder a uma simples pergunta: “Passados 100 anos desde seu aparecimento na constelação de partidos brasileiros, o Partido Comunista do Brasil tem lugar político prático, uma missão contemporânea a cumprir?” Desde o início, afirmamos que sim. 

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O centenário da fundação do Partido Comunista do Brasil tem motivado debates, reflexões e comemorações. Eventos políticos, artístico-culturais e acadêmicos foram realizados em diversos estados do país. O PCdoB e o PCB, que reivindicam a herança do partido fundado em 1922, promoveram eventos, lançaram documentos,  reafirmaram convicções e apresentaram suas visões para o futuro da atuação dos comunistas na vida política brasileira. Diferentes organizações internacionais noticiaram o centenário do movimento  comunista brasileiro e se manifestaram por meio de mensagens.  

A historiografia brasileira sobre o partido comunista é vasta e  cumpre satisfatoriamente a missão de documentar a trajetória do  protagonismo desta corrente nas lutas políticas, sociais e culturais  do povo brasileiro, assim como sua inserção em movimentos internacionais. O que nos moveu a escrever e publicar este trabalho não foi preencher alguma eventual lacuna, missão de que se encarregam os historiadores e as próprias direções das organizações que reivindicam a tradição do partido fundado em 1922. Fomos impulsionados pelo desejo de opinar como militantes que se dedicam há décadas à construção partidária sobre alguns aspectos que nos parecem essenciais e determinantes. 

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Nosso pressuposto, ponto de partida da interpretação que fazemos da história do partido, é a necessidade de que a esquerda seja dotada de uma linha revolucionária voltada para a transformação total e profunda da sociedade, o que em nossa opinião pressupõe uma ruptura com a ordem vigente, com o regime político, econômico e social das classes dominantes e do sistema imperialista, e o advento de uma nova sociedade, a socialista. 

Refutamos a tese social-democrata, esposada também por supostos neocomunistas, de que a  época atual é receptiva apenas a partidos de direita, de esquerda reformista com visão estratégica limitada e tática distorcida, adaptativa, e de grupos que veem a luta por mudanças apenas sob a ótica de nichos estreitos e sectários em que se fragmentam as lutas sociais. 

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Também rechaçamos o nacionalismo estreito e o culto à democracia liberal. 

Enfrentamos o debate a partir da recordação e da valorização de fatos fundamentais na história do partido, inclusive momentos de rupturas, quando o movimento comunista brasileiro cindiu-se entre uma corrente revolucionária e outra reformista.  Uma luta que no fundo opunha os que defendiam a existência de um partido comunista voltado para a realização de transformações de fundo na sociedade e aqueles que designamos como oportunistas de direita e liquidacionistas, antinomia que ressurge hoje em um cenário distinto e com outros protagonistas. 

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A esquerda brasileira é formada por uma miríade de partidos e agrupamentos das mais diversas culturas políticas e convicções teóricas e ideológicas, que decerto ainda não tiveram tempo  político para amadurecer o percurso até alcançar a indispensável unidade política que lhes permita enfrentar melhor desafios como a  formulação de estratégias e táticas capazes de iluminar o caminho  da emancipação nacional do povo brasileiro por meio de transformações revolucionárias. 

Em meio à dispersão e fragmentação das lutas, um fenômeno  real, hoje é mais tênue o empenho dos quadros da esquerda para  afirmar identidades políticas e ideológicas, como se definições deste  tipo fossem uma maldição que sobrevive do passado. Consideramos indispensável que os comunistas afirmem sua identidade. A unidade ampla com outras forças políticas em torno de bandeiras convergentes não elimina, ao contrário pressupõe, a afirmação da identidade e independência do partido comunista, que em nenhuma circunstância se dissolve no seio de outras legendas. 

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Neste trabalho buscamos explicitar a convicção de que o empenho na construção e fortalecimento do partido comunista não é um ato de encapsulamento, de entrincheiramento em posições do  passado, a opção por uma militância sectária. Desde Marx, Engels e Lênin - este último o principal teórico da estratégia e da tática  da luta revolucionária pelo socialismo e a construção de uma vanguarda capaz de realizá-las -, a luta dos trabalhadores e dos povos  por emancipação nacional e social passou por diferentes etapas e  vivenciou ricas experiências. Nossa opinião é que este percurso,  em todas as suas dimensões, nunca negou, ao contrário, confirmou  plenamente, como e quanto é indispensável a existência de uma  vanguarda revolucionária orientada por uma teoria científica e com  raízes profundas entre os trabalhadores.  

Aos interessados, sugerimos o contato com a Editora Kotter.

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