Como será o novo Congresso?

E a campanha dos deputados do PT e dos demais partidos do campo popular, onde está?

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


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Iniciada a campanha eleitoral e conhecidas as pesquisas recentes, é possível manter uma posição otimista com os pés no chão, para as eleições a presidente e governadores. Mas o mesmo não se pode dizer, até pela dificuldade de traçar um quadro nacional, com relação à Câmara, ao senador e às Assembleias Legislativas.

No que diz respeito à eleição para presidente, as últimas pesquisas têm confirmado a tendência de vitória de Lula/Alckmin no primeiro turno, o que o último DataFolha confirmou. É bem verdade que o Tchutchuca do Centrão tem se recuperado ao par do uso das mais sórdidas manobras, mas dificilmente conseguira engabelar a maioria dos eleitores e reverter o quadro atual. Na pior das hipóteses poderá levar a decisão para o segundo turno, mas não creio, a esperança do povo brasileiro é decidir em 2 de outubro.  

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Da mesma forma, a eleição para os governos estaduais. Nos maiores colégios eleitorais temos como novidade a possibilidade de eleição de Haddad em São Paulo ainda no primeiro turno, pondo fim ao longo reinado do tucanistão. Minas e Bahia apresentam um quadro inicial aparentemente negativo, mas o andar da carruagem vem revelando que ele deve ser revertido, sendo grande a expectativa, na Bahia, de solução também no primeiro turno com a vitória de Jerônimo. Em Minas Kalil enfrenta situação mais difícil, mas assim como no Rio de Janeiro se prenuncia uma decisão em dois turnos, mas com ambas vitórias prováveis. 

O nordeste em seu conjunto também deverá repetir uma grande vitória das forças progressistas, com uma alvissareira novidade em Pernambuco, onde a jovem Marília Arraes deve pôr fim ao domínio do PSB que se endireitou demais. Resta a dúvida do Ceará, onde a intransigência ambiciosa de Ciro Gomes pode doar uma vitória ao bolsonarismo. Pouco provável, mas possível. Nos demais estados mais populosos, temos dificuldades no sul, com o Rio Grande e o Paraná. Neste, a figura histórica de Requião pode reverter o quadro que é dos mais difíceis. No estado dos pampas, entretanto, a desunião das forças progressistas, prenunciam uma disputa entre a direita, não se sabendo qual dos dois primeiros colocados nas pesquisas se sairá melhor, nem qual é mais extremista. Mas é um quadro que ainda pode ser revertido, Vamos acreditar e trabalhar. Assim, no balanço geral dos estados, seja na quantidade destes, seja no número de eleitores, a previsão que se anuncia é de uma expressiva vitória das forças progressistas.

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E quanto à Câmara, ao Senado, às Assembleias? Com qual Congresso Lula governará? E os governadores? O otimismo, apesar de tantas advertências, não se dá, embora ainda haja tempo de melhorar o quadro. Este é um grande desafio presente.

Acredito que as forças progressistas – ou pelo menos aquelas que se agrupam em torno da candidatura Lula – levarão a maioria das cadeiras em disputa no Senado, mas há umas três que são simbólicas. Primeiro, o Rio de Janeiro pela óbvia importância política do estado, onde a ambição pessoal do pessebista Molon rompeu acordos e tende a entregar a cadeira senatorial ao mesmo bolsonarista que já a ocupa: o Romário, aquele que, de boca fechada, é o mesmo poeta que no passado apontava Pelé. Triste!

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Já no Paraná, ainda com pendências legais a resolver por duplicidade de domicílio eleitoral e filiação partidária, o juiz ladrão Moro não se fez de rogado: traiu seu benfeitor Álvaro Dias do Podemos e lhe disputa o cargo, aparecendo nas pesquisas entre os dois melhores colocados. A eleição do ex-chefe da monarquia de Curitiba, sua grande ansiedade para ganhar imunidade que dificulte a apuração dos crimes que cometeu, em especial o crime de lesa-pátria, pode significar uma afronta à democracia, à nação, e à justiça, para não falar ao povo brasileiro. Derrotá-lo é mais que um dever!

Por fim temos a candidatura do general Mourão, vice do Planalto do Centrão, o ex-índio, agora branco, no Rio Grande do Sul. Outra candidatura simbólica que tenta perpetuar por oito anos, via Senado, a maléfica influência militar nos destinos da república. Mas lá no Rio Grande enfrentará osso duro de roer: a candidatura de Olívio Dutra, ex-governador que traz no sangue das missões a alma do mais profundo sentimento gaúcho.

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A eleição para deputados federais e estaduais ainda está muito fria, pelo menos no sul da Bahia, região onde habito, e pelo que vejo em todo o país. Bem sei que as eleições deste ano estão sujeitas a novas condicionantes, se darão por formas diferentes. Primeiro, por marcar a disputa entre a civilização e a barbárie o que será a característica maior e determinante. Mas não apenas as forças de esquerda e progressistas sabem disso. A direita, em grande parte se apercebeu de pra onde o vento sopra e mais que depressa quer partilhar do barco. Até o centrão, hoje bolsonarista de carteirinha, já fala em “quem sabe, talvez”, “Lula tem vasta experiência...” Enfim, boa parte da direita buscará pescar votos na grande onda civilizatória que Lula representa. Além disso, o período de campanha eleitoral é muito pequeno e sofremos as consequências do recolhimento causado pelos tempos da pandemia que, embora minguante, ainda se apresenta. Por fim, as mídias digitais com sua ampla rede, muda em muito as formas de conquista do voto. Se para presidente, não tenho dúvidas, a chapa Lula/Alckmin vencerá no uso das redes, garantida pelo TSE a coibição da fake news, no que diz respeito ao voto para deputado é diferente. Coronéis, majores, tenentes e capitães já estão pondo em campo seus capangas ou “cabos eleitorais” como sempre fizeram, a amealhar votos com propinas, dentaduras, sacos de cimento e promessas, e para isso dinheiro não falta, principalmente as verbas não tão secretas assim ...

E a campanha dos deputados do PT e dos demais partidos do campo popular, onde está? Onde está a aguerrida campanha de outrora? Será que bastam as redes sociais? Ainda é tempo. A rua é nosso espaço. Os bairros, os distritos e povoados rurais, as portas de fábrica e das escolas estão a vossa espera. Avante! candidatos do campo progressista. Muito temos a conquistar para bem governar.

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