Como não morrem as democracias

"A situação eleitoral do “abominável homem laranja” já era ruim; seu discurso infeliz em rede nacional, talvez o mais infeliz de sua carreira política, com o qual buscava apoio, o deixou mais isolado e o marcou como inimigo da democracia americana", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Donald Trump na Casa Branca
Donald Trump na Casa Branca (Foto: Carlos Barría/Reuters)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Enquanto a apuração rolava, em clima de filme de Hitchcock, Trump mandou arrumar, às pressas, o cenário de um pronunciamento à nação.

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Não o da campanha à reeleição, mas o da presidência da República. O púlpito oficial da Casa Branca. O cenário do presidente e não o do candidato.

E então mandou ver.

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Com a arrogância habitual, começou a chorar suas pitangas, e a dizer, diante das câmeras, que as eleições foram fraudadas e que ele foi roubado pelos democratas.

Em meio à arenga, muitas redes nacionais de TV – não todas, mas muitas - baixaram o áudio de Trump até ficar inaudível e por cima dele um apesentador informou, em off, que a emissora não iria transmitir insinuações sem provas feitas pelo presidente da República.

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Chose de loque!

Nunca antes nem eu nem a torcida dos Yankees vimos algo parecido!

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Calaram a boca do presidente mais poderoso do mundo e ainda o chamaram de mentiroso na cara dele. E para todo o mundo ver.

A situação eleitoral do “abominável homem laranja” já era ruim; seu discurso infeliz em rede nacional, talvez o mais infeliz de sua carreira política, com o qual buscava apoio, o deixou mais isolado e o marcou como inimigo da democracia americana.

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Provocou repúdio até mesmo entre seus correligionários republicanos, que preferem uma democracia sem Trump a uma ditadura com ele.

Desde a ascensão de Trump, muitos livros e autores mostraram como morrem as democracias.

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Esse episódio mostrou como elas não morrem.

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