Como funciona a mídia atlanticista

A propaganda ocidental sempre esteve aí e faz parte da guerra cultural que sempre foi travada desde a Guerra Fria

(Foto: Olivia Harris/Reuters)


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Não há mais como entender a política nacional sem se informar sobre a geopolítica. O mundo está todo conectado. E o papel da mídia nessa história é essencial para entender o que realmente acontece em nosso país e no mundo. Infelizmente muitos esquecem que a mídia tem lado. Quem tem que ser imparcial é a justiça. A mídia tem, sempre teve e sempre terá lado. Por isso é importante sempre pesquisar vários lados da história para formar a sua própria opinião e não ficar à mercê de interesses espúrios.

Alguns exemplos básicos são necessários para se entender como funciona a manipulação midiática. Nos anos 20 do século passado, a narrativa da mídia era:

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“Lenin é um ditador genocida.”

Então vieram os Processos de Moscou, com o discurso secreto de Nikita Kruschev — que de secreto não teve nada, pois logo em seguida estava circulando mundo afora — aí então a narrativa dos anos 30 até os dias de hoje passou a ser:

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“Stalin é um ditador genocida.”

(Os interessados neste assunto podem ler o livro do historiador Grover Furtt: Kruschev Mentiu).

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Agora com a denominada guerra da Ucrânia, a narrativa foi atualizada e passou a ser:

“Putin é um ditador genocida.”

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E não precisamos ir muito longe de nosso território para ver como isso funciona, pois antes a narrativa na América Latina era:

“Fidel é um ditador genocida.”

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Depois mudou para outro país e estadista:

“Chávez é um ditador genocida.”

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E atualmente é:

“Maduro é um ditador genocida.”

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É sempre, sempre, sempre, o mesmo modus operandi. E ainda tem gente que cai nessa armadilha da propaganda midiática atlanticista.

Na Arábia Saudita, onde vigora uma ditadura monarquista absolutista e onde a CIA confirmou que o príncipe regente ordenou a morte e esquartejamento de um jornalista, mesmo assim esse país não é atacado pela mídia. A Arábia Saudita é aliada dos EUA, assim sendo não há como a mídia atlanticista atacar um de seus aliados.

O mesmo acontece com relação ao expansionismo de Israel — que também são aliados dos EUA — sobre a Palestina. Nenhuma crítica contundente é feita por essa mídia com relação ao genocídio do povo palestino que está sendo feito a décadas. Sem mencionar que foi Israel que inaugurou os ataques preventivos, quando supostamente se viam existencialmente ameaçados pelos egípcios em 1967 (Guerra de Seis Dias). E agora quando a Rússia usou a mesma estratégia, após 8 anos de aviso que isso poderia acontecer, caso a Ucrânia ameaça-se a entrar para OTAN, então Putin passou a ser denominado como “ditador genocida” pela mídia ocidental.

A mídia se tornou uma máquina de guerra essencial para OTAN (EUA). E novamente: ainda tem gente que cai nessa balela. As coisas têm que ser vistas como são. Ucranianos estão morrendo em nome de uma disputa geopolítica que está sendo travada entre OTAN (EUA) e Eurásia (Rússia e China). Em quanto os EUA querem manter um mundo unipolar, o outro lado luta para consolidar um novo polo de poder e assim formar o continente euro-asiático.

Uma análise moral dos fatos tem a intensão de turvar e manipular a visão da opinião popular para justificar sanções e demais ações imperialistas em prol dos interesses estadunidenses, como por exemplo, ocorreram nas invasões e ocupações do Iraque e do Afeganistão.

E podem ter certeza que a história não vai parar por aí, pois os EUA estão entupindo de armas a república rebelde de Taiwan. Quando Taiwan for estimulada (pelos EUA) a se declarar um estado independente, a China vai reagir, pois Taiwan é território chinês. E adivinhem o que irá acontecer? A mídia começará a declarar:

“Xi Jinping é um ditador genocida.”

Outras possibilidades de guerras também existem. Notem como a Rússia é cercada por países membros da OTAN (Lituânia, Estônia e Letônia, por exemplo). Quando a Rússia se sentir ameaçada por qualquer destes países, então irá reagir. E mais uma vez a mídia estadunidense que pauta todo o ocidente voltará a dizer:

“Putin é um ditador genocida.”

Ao que parece a OTAN está inovando e usando uma nova categoria de Guerra Híbrida para tentar desestabilizar a Rússia, o qual seria uma guerra quente (convencional) por procuração na fronteira do país alvo dos norte-americanos, como está sendo feito na Ucrânia. O Império da Guerra sempre inventa novas formas de provocar conflitos. Até porque eles precisam disso, pois a venda de armas sempre foi um negócio altamente rentável.

Essa propaganda ocidental sempre esteve aí e faz parte da guerra cultural que sempre foi travada desde a Guerra Fria. E a guerra cultural é muito mais antiga do que isso. Lembrando que o Império Romano já fazia isto ao mudar o nome dos deuses de suas colônias para nomes de deuses romanos. E mais tarde com o advento do Cristianismo passou a identificar os antigos deuses com os santos da religião que era agora a religião oficial do estado. Observem, com o advento do Império estadunidense o inglês passou a ser a língua padrão nas relações internacionais e o dólar passou a ser a moeda utilizada no comércio internacional. E notem que aqui celebramos o Halloween, mas lá nos EUA não se celebra o Bumba meu boi. Tudo isso são pequenos exemplos desta guerra cultural, a qual coopta a opinião popular para ficar ao lado do Império norte-americano em todas as guerras que estes provocam ao redor do planeta.

Para concluir só resta dizer:

“O golpe midiático atlanticista está aí, cai quem quer”.

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