Combate à corrupção ou golpe?

Se isso aconteceu, peço desculpas.

Mas preciso dizer o que se segue.

No dia de hoje, alguns amigos e amigas que se manifestaram contra o governo e contra a corrupção (mais a do PT, quando, desgraçadamente, é geral, inclusive no Judiciário) ficaram decepcionados comigo.

Alguns sugeriram que eu deveria ficar "neutro", como se isso fosse possível.

Principalmente não gostaram do que falei sobre a classe média que tem raiva dos pobres, ou os despreza, e inveja dos ricos.

Vamos ser claros: a classe média alta e os ricos dos Jardins de São Paulo, que passaram a odiar o PT, Lula e Dilma depois de se locupletarem nos anos bons, têm o direito de se manifestarem.

Mas não podem pedir morte ao "molusco", fora Dilma (foi eleita para governar até 2018) e chamar de ladrão pessoas inocentes ou apenas investigadas.

Quanto a mim, que nem pobre sou (sou patrão desde 1990), tenho um problema: ao contrário de muitos parentes e de meus companheiros de classe, sou socialista. Sem grandes ilusões, mas socialista.

Não sou neutro.

Vou repetir: ninguém manda em mim. Nem pai e nem mãe (que já morreram); meus empregadores do passado nunca mandaram (nem por isso me demitiram, nunca fui demitido); nem partido (nunca fui filiado); nem clientes (perco o negócio, mas não perco a opinião).

Isso posto, espero que tenha ficado clara minha posição.

Sinto não poder ser como alguns amigos e amigas querem.

Termino dizendo que muitos dos manifestantes não estão combatendo corrupção nenhuma.

Corrupção - contra a qual todos somos - é apenas uma palavra para justificar o golpe ilegal que querem ajudar a provocar.

Ser contra a corrupção implica em duas coisas : 1) Não se corromper no dia a dia, em pequenas coisas 2) Ser contra a corrupção de TODOS, e não só de alguns.