Comandante do Exército presta continência à ditadura
"Mário Kozel Filho era um recruta que morreu no atentado da VAR-Palmares ao quartel do II Exército, em São Paulo, a 26 de junho de 1968, no contexto da guerra declarada entre as forças da repressão e os grupos de esquerda que as combatiam", comenta o jornalista e colunista o 247 Alex Solnik; "O recruta virou “mártir” da ditadura. Homenageá-lo equivale a prestar continência ao período mais negro da nossa história recente. Os crimes daquele período praticados pelo estado militar jamais foram denunciados por Villas Boas", diz Solnik
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O comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, postou na sua conta de twitter uma homenagem a Mário Kozel Filho, que chamou de “nosso herói”, “a quem prestamos continência”. “Jamais esqueceremos”, concluiu.
Kozel Filho era um recruta que morreu no atentado da VAR-Palmares ao quartel do II Exército, em São Paulo, a 26 de junho de 1968, no contexto da guerra declarada entre as forças da repressão e os grupos de esquerda que as combatiam.
Não houve heroísmo algum. O atentado era idiota, uma provocação. Um carro com dinamite foi lançado contra a parede do quartel, sem intenção de matar, apenas provocar estragos. Kozel Filho estava na guarita, foi ver o que era aquele barulho. Quando chegou perto, foi surpreendido pela explosão.
O recruta virou “mártir” da ditadura. Homenageá-lo equivale a prestar continência ao período mais negro da nossa história recente. Os crimes daquele período praticados pelo estado militar jamais foram denunciados por Villas Boas.
Embora não tenha nada a ver com Bolsonaro aparentemente, no fundo se parece com ele: são ambos saudosistas do regime militar. A diferença é que Bolsonaro tem coragem de aplaudir torturadores em público e Villas Boas, não. Bolsonaro quer tomar o poder pelas urnas; Villas Boas jamais repudiou a conquista do poder pelas armas.
Não fica bem o comandante do Exército, nomeado pelo presidente da República nos ritos da democracia, reverenciar a ditadura que abalou o país por 20 anos.
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