Com seu fascínio por dinheiro e poder, Dallagnol arruinou imagem da justiça

"A situação do Dallagnol é insustentável. Ele não comprometeu somente a própria imagem, mas arruinou irremediavelmente a imagem e a confiança na Lava Jato, no Ministério Público e na justiça", diz o colunista Jeferson Miola



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As novas revelações do Intercept flagram um Deltan Dallagnol fascinado por dinheiro e poder.

Deslumbrado com a fama, ele planeja negócios para ficar rico fazendo pregações falso-moralistas explorando a imagem institucional da Lava Jato.

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É forçoso dizer que as mensagens divulgadas pela Folha de São Paulo [aqui] mostram que por trás da imagem do procurador da República austero, pregador religioso e implacável no combate à corrupção existe um pilantra, uma figura rasteira, um vigarista.

São vergonhosas as tratativas do Dallagnol com sua esposa e com o colega Roberson Pozzobon, intimamente tratado como “Robito”, para colocarem as respectivas esposas como testas-de-ferro de empresa de fachada que seria usada para lucrar com a exploração da imagem da Lava Jato num lucrativo negócio de palestras.

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Dallagnol tem uma ambição desmesurada por dinheiro. No passado recente ele até especulou comprando imóveis do Minha Casa Minha Vida, programa destinado à população com renda muito inferior à dele.

Conforme apurou a reportagem da FSP, Dallagnol teve rendimento líquido de cerca de R$ 300 mil em 2018, sem considerar valores de indenizações.

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Apesar deste salário que o situa entre os 1% das pessoas com maior renda no Brasil, Dallagnol se regozija com a esposa por se locupletar com uma cifra ainda maior usando indevidamente a imagem institucional da Lava Jato: “Se tudo der certo nas palestras, vai entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano. Total líquido das palestras e livros daria uns 400k. Total de 40 aulas/palestras. Média de 10k limpo”.

A 1ª revelação do Intercept sobre os crimes da organização criminosa, como Gilmar Mendes batizou a força-tarrefa da Lava Jato, cumpriu 1 mês de aniversário em 9 de julho.

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As denúncias mostradas naquele momento já seriam suficientes para afastar os implicados dos cargos públicos e sujeitá-los aos procedimentos da Lei. Nada, porém, foi feito. Dallagnol, Moro e outros agentes do bando continuam nos cargos destruindo provas e obstruindo as investigações.

À continuação se seguiram outras revelações graves sobre as ilicitudes do bando, uma mais aterradora que a outra, porém incrivelmente não produziram nenhuma reação de parte dos órgãos e das autoridades competentes. Uma mistura de catatonia, cumplicidade e conivência.

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A situação do Dallagnol é insustentável. Ele não comprometeu somente a própria imagem, mas arruinou irremediavelmente a imagem e a confiança na Lava Jato, no Ministério Público e na justiça.

Essa gente jogou o Brasil no precipício.

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