Com quantas mentiras se sustenta um governo?

Quem se lembra daquela gente que dizia “se não der certo, a gente tira”?

Ato pelo impeachment de Jair Bolsonaro
Ato pelo impeachment de Jair Bolsonaro (Foto: Mídia Ninja)


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Quem se lembra daquela gente que dizia “se não der certo, a gente tira”? A frase, sempre dita de forma confiante, tentava apaziguar mentes e corações daqueles que votaram em Bolsonaro ‘sem tanta certeza’. 

Bem, certo a gente sabe que não deu, mas tirar que é bom, ninguém tirou. Alguns até tentaram. Afinal, até onde eu contei, foram protocolados 143 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados, documentos assinados por milhares de pessoas e mais de 550 organizações. E ele continua lá! 

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E a mentira do “a gente tira” não foi a única emplacada na campanha eleitoral que levou o pior presidente da história do país a tomar posse em 2018. Muitas outras se somaram a ela, no atual governo, e ganharam força. Como dizia o marqueteiro de Hitler, Joseph Goebbels: “Uma mentira contada mil vezes, torna-se verdade!”. E ele tinha razão, infelizmente.  

E quando as inverdades vêm aos montes, o que fazer? Segundo checagem do site Aos Fatos, em 2021, Bolsonaro disse cerca de sete informações falsas ou distorcidas por dia. O que daria, só naquele ano, uma média de 2.500 mentiras.  

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A observância da referida página da internet mostrou que esse distúrbio moral vem sendo gradual. Em 2019, o ex-capitão que se diz presidir o Brasil soltou 606 declarações que foram classificadas como inverídicas (média de 1,6 por dia). Já em 2020, foram 1.592 afirmações enganosas (4,36). Como 2022 é ano eleitoral e Bolsonaro tem se apegado a todos os subterfúgios para evitar o inevitável – que é ser derrotado por Lula nas urnas –, imagino que ele só vá mentir quando respirar. 

Quer um exemplo? Na terça-feira, dia 22 de março, Bolsonaro esteve em Tocantins, no município de Porto Nacional, e em seu discurso afirmou que “estamos há três anos e três meses sem corrupção no governo federal”. 

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O mais doído (de dor mesmo) é que ele disse isso no dia seguinte à divulgação do áudio com a fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmando que o próprio Bolsonaro lhe ordenara priorizar prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que nem do governo são.  

Os pastores barganhavam com os prefeitos a liberação de verbas da Educação em troca de apoio que, segundo o áudio, seria direcionado a construção de igrejas. 

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Gilmar Santos é de São Luiz, no Maranhão, estado que teve 94 municípios atendidos com 267 empenhos para transferência de recursos do FNDE em 2021. Ao todo, foram R$ 684 milhões. 

Casos como o de Anajatuba, município maranhense de 27 mil habitantes, que conseguiu empenhar seis obras sem que a prefeitura, sequer, tivesse os terrenos; ou Alcântara (MA) que garantiu o empenho de cinco obras, de uma só vez, num valor total de R$ 27,4 milhões; se chocam com a triste realidade da Educação no Brasil. 

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Nos cortes do orçamento para 2022, a Educação foi uma das mais prejudicadas. Bolsonaro cortou R$ 739.893.076 que iriam para a compra de veículos de transporte escolar, fomento das ações de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão, entre outros. Em 2021, os investimentos na pasta foram os menores dos últimos dez anos e, mesmo assim, com o pouco que restou, o governo ainda favorece aliados em detrimento do restante da população brasileira. 

Escândalos se somam, denúncias se acumulam e nada acontece. O gigante, que acordou valente quando viu uma mulher na Presidência, agora borra as calças, acovardado. 

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E o nosso mentiroso segue ilibado, se auto intitulando patriota, cristão e honesto, contando com o coro estridente de uns poucos seguidores e com a omissão de milhões que aguardam que alguém os salve. 

Mas como dizem vários memes na internet: “o fim está próximo!”. Portanto, regularize seu título que, nesse ano, esse inferno acaba!

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