Com Mário Frias na cultura, estamos "cobridos" de vergonha

Mário parece estar entrando numa fria. Porém, ele ajudou a colocar a nossa cultura numa situação bem pior, com sua arrogância, burrice e prepotência

O secretário especial da Cultura, Mario Frias
O secretário especial da Cultura, Mario Frias (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)


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A arte e a cultura do país nunca estiveram em tão péssimas mãos, durante toda a gestão do governo Bolsonaro. Os dois primeiros titulares da Secretária de Cultura ficaram tão pouco tempo no cargo, que foi preciso recorrer ao Google para lembrar os seus nomes. Henrique Medeiros e Ricardo Braga, nem tiveram tempo de esquentar as suas cadeiras na secretária. O primeiro, saiu reclamando de censura e cerceamento à liberdade de expressão, após uma divergência com o presidente da república em função da suspenção de um edital para TVs públicas em cinema, que foi criticado por Bolsonaro por conter produções com temática LGBT.

O segundo, era um economista indicado pelo terraplanista e negacionista Osmar Terra, então Ministro da Cidadania, para dar mais eficiência e dinamismo aos projetos da pasta. Após dois meses no cargo, foi remanejado para aplicar toda a sua eficiência e dinamismo em outra secretaria, mas não se sabe se logrou êxito na outra função. Como interino, assumiu um tal de José Paulo Soares Martins, que também ficou à frente da pasta por apenas dois meses, até a chegada do polêmico e sinistro Roberto Alvim, que tentou trazer para a arte brasileira o que havia de mais clássico, erudito e perverso na cultura nazista. Caiu, logo após ter protagonizado uma propaganda inspirada em Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler.

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A atriz Regina Duarte, que um dia foi a namoradinha do Brasil, teria a dura missão de suceder o amante latino do 3º Reich, e restabelecer a sanidade naquela secretaria. Não sem antes, fazer uma verdadeira novela para aceitar o cargo. Assumindo a secretária sob o título de “Rainha da Suástica”, um trocadilho com o nome de uma novela em que era a protagonista, Regina comparou Bolsonaro a seu pai, dizendo que ele era “homofóbico da boca para fora”, relativizou a tortura, cantou música celebrizada no período da ditadura em rede nacional e comparou a cultura com o “pum do palhaço”. Não havia como os efeitos dessa declaração não feder. Reprovada pela maioria da classe artística e sem ter acrescentado nada à arte e à cultura do país durante a sua gestão, ela demite após sofrer um processo de fritura que nunca foi bem explicado.

Chegamos a Mário Frias e ao ponto de ver a nossa cultura ser tratada da forma mais ridícula possível. O playboy mimado da Barra da Tijuca, assumia o comando da secretaria estrelando uma peça publicitária que exaltava os nossos heróis. Sentado em uma poltrona cor de vinho e abusando de pausas dramáticas risíveis e insuportáveis, o ator falava coisas do tipo: “Somos um povo heroico e encaramos com um brado retumbante o destino que nos encara. “E quando a gente não pensava, mas tinha a certeza de que poderia ficar pior, a profecia se cumpre. Incorporando o típico machão bolsonarista, o atual titular d a pasta costuma tirar fotos exibindo armas e intimidar seus críticos com ameaças de processos ou com insinuações violentas. Como fez com Marcelo Adnet, ao dizer que onde ele havia crescido, o humorista não duraria nem um minuto. Após não gostar de uma sátira feita pelo comediante à sua “heroica” atuação na propaganda da Secom.

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Como todo bom secretário de cultura do atual governo, Frias parece estar na berlinda e pronto para ser defenestrado por Jair Bolsonaro. Parece estar perdendo prestígio com o capitão, depois de uma viagem feita aos Estados Unidos para se reunir com o lutador Renzo Gracie. Segundo o secretário, a viagem era oficial e o objetivo do encontro era atrair investimentos para a cultura no país. Ao tentar justificar os R$ 39 mil gastos no passeio, o secretário de cultura escorrega no português e diz que, por ser uma viagem oficial, “os custos têm que ser cobridos”, cobrindo de vergonha a língua portuguesa e a classe artística a qual deveria representar. Sem falar nos escândalos que começam a pipocar envolvendo o seu nome, dando conta de que ele nomeou a esposa de um deputado bolsonarista para um cargo comissionado na secretaria.

Mário parece estar entrando numa fria. Porém, ele ajudou a colocar a nossa cultura numa situação bem pior, com sua arrogância, burrice e prepotência. Ele é o tipo de sujeito sem a menor cultura, que se julga capaz de resgatar e determinar o que é ou deixa de ser arte. Como ao defender um parecer da secretaria de cultura, que barrou a captação de recursos através da Lei Rouanet para um Festival de Jazz do Capão Redondo. Mário Frias classificou o evento como “político/ideológico” e prometeu que enquanto estivesse à frente da secretaria da cultura, esses projetos seriam barrados. Se Mário for demitido, já sabemos que o seu substituto seguirá a tradição bolsonarista de piorar um pouco mais o que j á está ruim. E a nossa cultura continuará padecendo nas mãos de seres ignorantes e despreparados para geri-la. Uma gente que odeia arte e faz de tudo para destruí-la.

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Estamos cobridos!

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