Cocaína e Rock and Roll

Dois escândalos internacionais, que balançam o coreto bolsonarista, deixando no ar mil indagações a repercutirem, intensamente, na mídia global, envolvendo o mandatário brasileiro de direita

Brazil's President Jair Bolsonaro attends a ceremony for the presentation of the 2nd phase of the advertising campaign of the pension reform bill at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil May 20, 2019. REUTERS/Adriano Machado
Brazil's President Jair Bolsonaro attends a ceremony for the presentation of the 2nd phase of the advertising campaign of the pension reform bill at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil May 20, 2019. REUTERS/Adriano Machado (Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)


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Jogo combinado?  

Funcionou involuntária(?) dobradinha STF-Glen Greewald, que, involuntariamente(?), ajudou a manter Lula preso. 

O STF ficou aguardando Glen soltar provas mais robustas contra Moro, para enquadrá-lo em crime constitucional. 

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Glen, por sua vez, na Câmara, no mesmo dia, prometeu novas provas contundentes, inclusive, em áudio, mas… 

Um(STF) ficou esperando reação do outro(Glen Greewald). Como não houve novos desdobramentos das denúncias do jornalista do Intercept Brasil, o STF preferiu não se pronunciar no mérito. 

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Fugiu prá frente. 

E Lula amarga mais uma derrota.

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Perigo de desgaste

A oposição se desespera com a promessa ainda não cumprida de Glen e fica exposta às cobranças da situação de que inexistem provas, como se não fossem suficientes as que foram publicadas, comprometendo, completamente, Moro e Dallagnoll. 

Enquanto novas provas, especialmente, em áudio, não aparecem, Moro, apoiado pela base bolsonarista, ganha espaço político, já que ele politizou a discussão, colocando-se como vítima de hacker, que teria sido pago por Glen, para invadir comunicação dele, quando ex-juiz de Curitiba, com procuradores da República. 

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Vazamento ou hacker? 

Seria ou não inverosímel aceitar a tese do hacker, se Glen afirma que recebeu material por vazamento, compondo 1.700 páginas de denúncias? 

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A ansiedade da oposição, que se beneficia da divulgação da denúncia de Intercept Brasil, aumenta quanto mais demoram a vir ao ar novas bombas midiáticas, prometidas pelo consagrado repórter americano, agora, aliado do mais importante jornal do país, a Folha de São Paulo.

Abatido pela droga

Bolsonaro estaria, certamente, propenso a fazer coro com a sua base congressista, nesse momento, zoando oposição, que aposta suas fichas em Intercept Brasil, se não fosse pego pela bomba da cocaína, apreendida em avião de reserva da FAB, em Sevilha, na Espanha, escala da sua viagem rumo ao Japão, para participar da reunião do Grupo dos 20. 

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Pô, com que cara ele vai se colocar entre os colegas presidentes, em Tóquio, depois dessa? A oposição, nesse imbróglio, refestela-se, usufruindo dos dois fatos extraordinários: 1 – o vazamento bombástico das informações dando conta da união de juiz Moro e procurador Dallagnoll, para pegar Lula e impedir sua candidatura e decretar sua prisão; e 2- essa desgraça, para o presidente, de notícia de militar portando 39 quilos de cocaína na delegação presidencial. 

Dois escândalos internacionais, que balançam o coreto bolsonarista, deixando no ar mil indagações a repercutirem, intensamente, na mídia global, envolvendo o mandatário brasileiro de direita, cujo discurso centra-se no moralismo familiar e religioso, favorável ao armamentismo popular reprovado pelo Congresso. 

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Falso moralismo bolsonariano, pregador da escola sem partido, que coloca a ignorância e preconceito moralista, como prioridade governamental, está de saia justíssima. Enquanto isso, a recessão neoliberal vai produzindo desemprego em escalada incontrolável, ampliando bancarrota das famílias endividadas em marcha inexorável para a falência. 

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