Coalizão que deu o golpe é a mesma que elegeu Bolsonaro
"O fascismo é um acontecimento concreto na realidade brasileira. A eleição deixou muito claro quem defende a democracia e o Estado de Direito e quem – por opção consciente, por preconceito antipetista, por hesitação ou por omissão [como FHC] – aderiu à aventura que poderá levar o país ao precipício fascista, se não for detido a tempo", diz o colunista Jeferson Miola
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Por trás da vitória da extrema-direita na eleição deste 28 de outubro está aquela mesma coalizão partidária, midiática, jurídica, policial e empresarial que desestabilizou o país no imediato pós-eleitoral de 2014, que promoveu o impeachment fraudulento da Dilma, instaurou o regime de exceção e levou o país ao precipício fascista.
O candidato que instaura o fascismo no Brasil foi apoiado e eleito pelo mesmo condomínio formado pelos mesmos partidos políticos, procuradores, policiais federais e juízes de todas as instâncias [primeiro grau, tribunais regionais, tse, stj e stf]; pelas mesmas entidades patronais, bancos, e instituições financeiras; pela Globo e pelos mesmos grupos de mídia que patrocinaram a brutal crise política, econômica e social criada para derrubar o PT do governo e retirar os pobres do orçamento nacional.
O petista Haddad, de outra parte, foi apoiado pelos segmentos que desde o primeiro momento estiveram perfilados na defesa do Estado de Direito e na resistência ao atentado perpetrado contra a democracia por Cunha, Temer, Aécio e a camarilha que está instalada no Planalto com o apoio do nazi-bolsonarismo.
Na eleição, Haddad esteve acompanhado dos mesmos intelectuais, artistas, coletivos de juventudes e mulheres; dos mesmos setores da igreja progressistas e juristas comprometidos com a democracia; dos movimentos sociais como o MST e MTST; dos partidos de esquerda e progressistas como o PSOL, o PSTU, o PSB, o PCO e da militância do PDT que, ainda em 2014, entenderam o lado certo da história que se deve escolher diante da ameaça do fascismo.
No segundo turno eleitoral, a resistência ao fascismo e a defesa da democracia que estava representada na candidatura do Haddad, recebeu o apoio de Joaquim Barbosa, ex-STF; do Rodrigo Janot, ex-PGR; do Alberto Goldman, do PSDB, e de outras lideranças democráticas.
Bolsonaro, como analisado no artigo Resistir é imprescindível, “não é um acidente de percurso. Ele é a opção consciente, a aposta escolhida pela classe dominante para cumprir 2 missões especiais no próximo período”: [1] exterminar toda e qualquer oposição de esquerda ao regime nazi-bolsonarista, para [2] poder implementar a agenda econômica ultraliberal de caráter anti-nacional, anti-popular, anti-democrática e neocolonial.
O fascismo é um acontecimento concreto na realidade brasileira. A eleição deixou muito claro quem defende a democracia e o Estado de Direito e quem – por opção consciente, por preconceito antipetista, por hesitação ou por omissão [como FHC] – aderiu à aventura que poderá levar o país ao precipício fascista, se não for detido a tempo.
A eleição jogou luz na realidade: mais do que em qualquer tempo, é imperiosa a conformação de uma frente partidária e social antifascista para deter o avanço do fascismo no Brasil.
É hora de lideranças como Ciro, Boulos, Marina, Goldman, Haddad, Lula, juntamente com os movimentos sociais, intelectuais, artistas, juventudes e todas as representações democráticas do país, unirem-se em torno do objetivo de proteger o Estado de Direito para deter o avanço do fascismo.
A luta contra o fascismo nazi-bolsonarista é o estágio superior da luta contra o golpe perpetrado pelo establishment que derrubou Dilma através da fraude do impeachment, que orquestrou a farsa jurídica da Lava Jato para prender Lula ilegalmente e que fraudou a eleição com milhões de reais financiados com dinheiro de caixa 2 por empresários corruptos para vencer a eleição através da disseminação de mentiras falsas via WhatsApp.
A sorte está lançada. Aos democratas, humanistas e libertários do Brasil existe um único caminho, que é o da unidade de ação para deter o fascismo e a destruição do país pelo terrorismo que não é só político, social e cultural, mas também econômico.
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