Claudia Jimenez: por dentro de um elenco selvagem
"Ela fazia rir de cara limpa, sem precisar de tipos. Era uma explosão espontânea. Foi muito invejada e boicotada pelos próprios colegas", relata Hildegard Angel
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Hildegard Angel, para o 247
Partiu Claudia Jimenez, luz da graça, do humor espontâneo. Talento raras vezes visto numa comediante. Alinhou-se com as grandes, as maiores de várias épocas. Como Ema D'Ávila, Nancy Wanderley, Dercy Goncalves, Dirce Migliaccio, Nádia Maria, Zezé Macedo. Até surgir a deficiência cardíaca, que a limitou, entristeceu e a fez definhar.
Brilhou no cinema, na TV, no teatro. Lotou o Teatro Casa Grande em longas temporadas de gargalhadas, com o monólogo "Enchendo um biquíni selvagem", que foi consagrador.
Sua Edileuza, de "Sai de baixo", entrou para o rol dos grandes personagens e mais fantásticos desempenhos humorísticos da TV Brasileira, comparável a Ronald Golias, Walter D'Ávila e poucos do humor espontâneo na TV.
Ela fazia rir de cara limpa, sem precisar de tipos, caracterizações, "escadas". Com Tom Cavalcanti, em "Sai de baixo", formou uma dupla excepcional na história do humor da TV, comparável a aquela de Primo Rico e Primo Pobre, do "Balança mas não cai". Mais até, porque era uma explosão espontânea, que ultrapassava o texto.
Foi muito invejada e boicotada pelos próprios colegas de elenco, que amava, por autores e diretores. Sua luz empanava os brilhos à sua volta. Ela não precisava de bordão. Era a própria inspiração.
O coração foi um mau companheiro, e Claudia, que superou um câncer, não conseguiu palpitar como antes na cena, sua energia foi se limitando, precisou emagrecer, e a alegria interior foi rareando pouco a pouco. Ela própria dizia que não conseguia mais a vibração de antes, era outra pessoa.
Claudia, como te entendo e como te admiro!
Meu beijo, querida. No céu, onde não há eletrocardiograma, seu coração há de fazer rir com a energia dos anjos, e Papai do Céu há de gargalhar muito, cercado de anjinhos vestidos com um biquíni selvagem.
R.I.P.
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