Ciro, Huck, Mandetta, Doria: golpistas preparam "3ª via" para 2022; lançar Lula candidato já!

A “oposição” a Bolsonaro destes setores é um oportunismo de ocasião para que a direita consiga construir um candidato alternativo em 2022. Mesmo quando, timidamente, fala-se em impeachment, esta política é um mero instrumento de coação. Querem colocar Bolsonaro “na linha”

Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM)
Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) (Foto: Agência Pública | Conass)


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por Juca Simonard

A burguesia intensificou a manobra para arrumar um candidato alternativo a Jair Bolsonaro para vencer o PT nas eleições de 2022. Se enganam aqueles que acreditam num conflito entre a burguesia “democrática” e a fascista. Todos estes, “democratas” e fascistas, estiveram de mãos dadas para derrubar o governo de Dilma Rousseff, atacar os direitos elementares do povo e impor o atual regime de exceção tutelado pelos militares. 

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Por mais que haja contradições no bloco golpista, é impossível defini-los como democratas. Basta ver quem são os “democratas” impulsionados pela imprensa golpista. Recentemente, um manifesto “pela democracia”, vazio de conteúdo, foi assinado pelos ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), os governadores Eduardo Leite (PSDB-RS) e João Doria (PSDB-SP), o apresentador da Globo Luciano Huck e o banqueiro João Amoedo (Novo).

Todos estes apoiaram a eleição de Bolsonaro para derrotar o PT em 2018. Mandetta participou do governo. Leite e Doria fizerem campanha abertamente bolsonarista para surfar na onda da extrema-direita e se elegerem. PSDB, Globo e Novo apoiaram Bolsonaro no segundo turno e se juntam ao governo para atacar a população no Congresso. O que dá um ar esquerdista à frente é Ciro Gomes, que está buscando um espaço entre o setor mais poderoso da burguesia para ser o candidato anti-PT. Por isso, os ataques a Lula e Dilma. Por isso, foi à Paris em 2018, para não ter de se vincular aos petistas.

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Qualquer um destes, no poder, fariam um governo mantendo o fundamental do governo Bolsonaro, mas adicionariam um toque grande de demagogia e pseudo-civilidade. É isso que a burguesia quer: um governo Bolsonaro sem Bolsonaro. Neste sentido, a declaração do senador Tasso Jereissati, homem de confiança da burguesia e padrinho político de Ciro, de que o problema de Bolsonaro “é médico, não político” é reveladora.

Da mesma forma, o centro da campanha do PSDB contra Bolsonaro, tirando a demagogia pseudo-democrata - que ninguém acredita vindo do partido que liderou o golpe de 2016 -, é o fato do governo federal não estar sendo duro suficientemente nos ataques ao povo, com reformas empresariais e privatizações. 

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A “oposição” a Bolsonaro destes setores é um oportunismo de ocasião para que a direita consiga construir um candidato alternativo em 2022. Mesmo quando, timidamente, fala-se em impeachment, esta política é um mero instrumento de coação. Querem colocar Bolsonaro “na linha”; não depor o governo genocida.

Os incovenientes do governo têm se tornado um empecilho para levar mais brutalmente o programa dos golpistas. Por isso, buscam uma alternativa para a direita “desidratando” Bolsonaro. No fundamental, busca-se uma candidatura para derrotar o PT em 2022 que não seja Bolsonaro. Mas não pode haver dúvidas: se não conseguirem uma “3ª via”, novamente apoiarão a extrema-direita contra o PT. Se não conseguirem pela via institucional, o custoso e inconveniente golpe militar está no cardápio.

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Do mesmo jeito, os golpistas buscarão uma nova forma de impedir Lula de ser candidato para fraudar novamente as eleições. Tiveram de recuar nos abusos contra o ex-presidente diante da crise da Lava Jato, o maior escândalo jurídico e político do País. Mas Lula ainda pode ser condenado em Brasília em tempo recorde, pois os ataques não cessaram. Perceba-se que, mesmo inocente, continua com os bens bloqueados pela Justiça.

A esquerda não deve perder tempo. É preciso lançar Lula candidato já e impulsionar um amplo movimento contra todos os golpistas (dos “democratas” aos fascistas) através desta candidatura. 

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