Ciro Gomes e o paradoxo da vaidade

Como Ciro Gomes pensa que iremos acreditar que ele será o grande “governante honesto” (essa figura utópica do pensamento de classe média) se a própria campanha política dele já não é honesta nem no próprio discurso?



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Se o Ciro Gomes ficar por trás do PT em 2022 e mais uma vez a eleição se decidir entre o PT e o Bolsonaro, tudo o que o Ciro fez até agora só terá servido para piorar, em um segundo turno de eleição, a visão da opinião pública ao respeito do maior partido político de esquerda do país. Seus contínuos ataques personalizados têm o mesmo tom de agressividade da lamentável onda golpista que infernizou o país, dos mais reacionários jornalistas, e de muitos, ou quase todos, os bolsonaristas. 

Ciro Gomes não está enriquecendo o debate dentro do campo progressista “fazendo as críticas que outros querem silenciar”. Não, ele se tornou um elemento tóxico dentro da esquerda. Uma espécie de Karol Conka do BBB, atacando e perseguindo indivíduos que pertencem ao mesmo campo ideológico que ele diz pertencer, contribuindo com o preconceito e o ódio de classe. Com o único propósito de resultar triunfante em uma especia de “guerra proselitista”, onde o desrespeito e as acusações sórdidas são permitidas e executadas sem nenhum tipo de escrúpulos.

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Como Ciro Gomes pensa que iremos acreditar que ele será o grande “governante honesto” (essa figura utópica do pensamento de classe média) se a própria campanha política dele já não é honesta nem no próprio discurso?

É simplesmente inconcebível se autoproclamar de esquerda e se aliar à direita para estigmatizar um partido político do campo popular. Isso só cabe na visão egomaníaca (um paradoxo para quem diz repudiar o messianismo alheio) dele, que deve se olhar no espelho e se achar o enviado divino para salvar o Brasil de tanto operário pobre e gente marginalizada com desejos de ocupar espaços de decisão institucional.

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Ciro pretende combater um sistema excludente se aliando aos setores que historicamente defenderam com mão de ferro esse sistema, celebrando ditaduras e discursos de ódio. Porque os grandes capitalistas e as mídias conservadoras irão mudar a visão reacionária que tem dos setores populares como os movimentos sem terra, os sem teto, os movimentos identitários e as as agrupações gremiais somente porque é o Ciro Gomes que está mandando fazer. E essa ideia dele não é uma visão de um ego extremamente inflado.Os setores privilegiados que na sua grande maioria ainda defendem a violência institucional e o segregacionismo financeiro irão abrir mão dos seus privilégios porque o “enviado de Paris” assim o ordena.

Nada define melhor Ciro Gomes que aquela famosa frase do Nietzsche “A vaidade alheia só nos é antipática quando vai de encontro a nossa”. Não é o Ciro quem detesta o Lula e o PT. É a frustração política dele que odeia a um operário (com muitas imperfeições e erros de governo) que chegou a ser considerado um dos políticos mais importantes deste século, e a uma massa de militantes que através de lutas e um trabalho orgânico incansável, levaram ao poder ao primeiro partido político do campo popular que  reescreveu significativamente as estruturas de poder no Brasil desde o início da sua história.

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