Chorei
"A memória social é, por definição, algo que só faz sentido no compartilhamento", escreve o colunista Wilson Ramos Filho
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Desabridamente, chorei. Emocionei-me durante duas intensas horas assistindo esse estupendo documentário do Joaquim de Carvalho e do Brasil 247. Obrigado, Leonardo Attuch, obrigado, Luis Carlos Rocha e Manoel Caetano, obrigado Marcola Marco Aurélio e Nicole Briones, obrigado Roberto Bagio, Adriana do MST, Regina Cruz, Neudi do MAB, Rosane da Silva, obrigado Felipe Magal Mongruel e Mirian Gonçalves, que aparecem nesse filme, obrigado a cada um dos milhares de homens e mulheres que construíram a Vigília Lula Livre, o maior movimento de resistência contra uma injusta prisão política na história da humanidade.
Chorei porque sou chorão, emociono-me facilmente. Chorei porque relembrei e chorei, de alegria, porque vencemos.
Todos nós que participamos dessa linda experiência de resistência escolhemos como entrar para a história. Eles também escolheram como serão lembrados. Moro, Deltan, Barroso, Gebran, Fachin, Carmen Lúcia, Rosa, todos os que, direta ou indiretamente, participaram desta operação contra o Brasil serão lembrados, eternamente, pelo que fizeram. O Museu da Lava Jato não permitirá que sejam esquecidos.
Certamente chorarei quando comemorarmos a vitória de Lula nas eleições presidenciais. Choraremos juntos porque venceremos. Choraremos juntos porque somos companheiros, porque somos de esquerda, porque lutamos juntos, no coletivo, por um mundo melhor. Se tivermos que explicar, eles não vão entender. Não somos como eles.
Mostrem esse documentário para seus filhos, para seus amigos, para as pessoas que trabalham com vocês. A memória social é, por definição, algo que só faz sentido no compartilhamento. Relembremos, memorizemos juntos. Lembrar para nunca mais repetir. E para que nunca se esqueça o papel de cada um, e de cada uma, nesses anos em que o obscurantismo de muitos e a canalhice de alguns esgarçaram as instituições públicas no Brasil.
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