Choque com a Coisa Ruim deve custar o mandato ao Capeta

Agora a crise institucional muda de patamar. O choque entre as duas figuras mais execráveis da República deve custar a cadeira presidencial ocupada por uma delas. Pelo menos, crime de responsabilidade é o que não falta nos disparos feitos pelo agora ex-ministro da Justiça



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Moro resolveu abandonar o barco. E abriu o jogo, apontando uma profusão de crimes de responsabilidade por parte de Bolsonaro.

Nada, aliás, que já não fosse objeto de denúncia da oposição, de entidades da sociedade e de parcela da mídia. Mas ouvir assim, na lata, de um colaborador graduado tem de fato muito peso. Ainda mais quando se trata de um lobo em pele de cordeiro como Moro, protegido pela Globo e adorado pela numerosa banda moralista e escravocrata da classe média.

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Agora a crise institucional muda de patamar. O choque entre as duas figuras mais execráveis da República deve custar a cadeira presidencial ocupada por uma delas. Pelo menos, crime de responsabilidade é o que não falta nos disparos feitos pelo agora ex-ministro da Justiça.

Bolsonaro afirmou-lhe que precisava de um diretor-geral da Polícia Federal e de superintendentes estaduais a quem pudesse telefonar e pedir relatórios com informações sigilosas. Manifestou também sua preocupação com os inquéritos que correm no STF, a envolver seus filhos e políticos próximos. Diante do alerta de Moro de que isso se configurava intervenção política, o presidente respondeu: “É interferência política mesmo.”

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Cada vez mais acuado e isolado, Bolsonaro enxerga como boia de salvação para ele e seu clã uma PF inteiramente servil, pronta para abafar seus crimes e, de quebra, operar como polícia política, zelando por seus interesses ao arrepio das leis do país. Se somarmos ao estrago provocado pela entrevista-renúncia de Moro todo o passivo acumulado por Bolsonaro até aqui, veremos que ele caminha em marcha batida para perder o cargo de presidente.

Por outro lado, é de doer ouvir Moro, o campeão do cinismo, dizer que sempre pautou sua atuação pelo respeito ao estado de direito, especialmente nos tempos da Lava Jato.

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Quer dizer, então, que grampear ilegalmente uma presidenta e um ex-presidente e divulgar o conteúdo para a mídia é exemplo de respeito ao estado de direito? E grampear telefones de advogados de defesa, violando suas prerrogativas constitucionais ? E trair a função pública, se mancomunando no submundo com procuradores e delegados para tramar operações e condenações?

A Globo finge que não ouviu uma confissão estarrecedora de Moro durante a entrevista. Ele informou que impôs apenas uma condição a Bolsonaro para aceitar o cargo de ministro: que se acontecesse alguma coisa a ele, seria providenciada uma pensão para sua família, pois havia abandonado a magistratura e não tinha acumulado tempo para aposentadoria. A pergunta que não que calar é: de onde viria o dinheiro para bancar essa pensão irregular? Seria do caixa das milícias?

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